Acórdão (extrato) n.º 196/2023

Data de publicação23 Maio 2023
Data18 Abril 2023
Número da edição99
SeçãoSerie II
ÓrgãoTribunal Constitucional
www.dre.pt
N.º 99 23 de maio de 2023 Pág. 105
Diário da República, 2.ª série
PARTE D
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
Acórdão (extrato) n.º 196/2023
Sumário: Não julga inconstitucional a norma extraída do artigo 3.º, n.º 2, do Decreto n.º 2-A/2020,
de 20 de março, na interpretação segundo a qual a violação da obrigação de confi-
namento, nos casos previstos na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo, concretamente,
pelos cidadãos relativamente a quem a autoridade de saúde ou outros profissionais de
saúde tenham determinado a vigilância ativa, constitui crime de desobediência, punível
nos termos do artigo 348.º, n.º 1, alínea a), do Código Penal; decide manter o Acórdão
n.º 617/22.
Processo n.º 1089/20
III — Decisão
Em face do exposto, decide-se:
a) Não julgar inconstitucional a norma extraída do artigo 3.º, n.º 2, do Decreto n.º 2-A/2020,
de 20 de Março, na interpretação segundo a qual, a violação da obrigação de confinamento, nos
casos previstos na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo, concretamente, pelos cidadãos relativamente
a quem a autoridade de saúde ou outros profissionais de saúde tenham determinado a vigilância
ativa, constitui crime de desobediência, punível nos termos do artigo 348.º, n.º 1, alínea a), do
Código Penal, e cuja aplicabilidade foi recusada na mencionada sentença, com fundamento na sua
inconstitucionalidade orgânica e formal, por violação dos artigos 29.º, n.º 1 e 165.º, n.º 1, alínea c),
da Constituição da República Portuguesa;
b) Manter o Acórdão n.º 617/2022, da 2.ª Secção, proferido nos presentes autos; e, conse-
quentemente,
c) Julgar improcedente o recurso interposto.
Sem custas, por o recorrente delas se achar isento (cf. artigo 4.º, n.º 1, alínea a) do Reg.CP,
ex vi artigo 4.º, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 303/98 de 07.10).
Lisboa, 18 de abril de 2023. — Assunção Raimundo — José Eduardo Figueiredo Dias — Gon-
çalo Almeida Ribeiro — Mariana Canotilho — Joana Fernandes Costa — Afonso Patrão (com
declaração) — José Teles Pereira Maria Benedita Urbano (vencida, com declaração de voto
junta) — José João Abrantes [Vencido, aderindo à declaração de voto da Senhora Cons. Maria
Benedita Urbano, na linha, aliás, do Ac. n.º 557/22, relatado pela mesma Senhora Conselheira
(bem como, ainda, em consonância com o que está escrito no Ac. n.º 477/22, de que fui relator,
nomeadamente, — mas não só — , sobre o facto de a compatibilização entre o n.º 7 e o n.º 8 do
artigo 19.º da Constituição passar necessariamente pela interpretação da segunda disposição
à luz da primeira — e não o contrário)] Lino Rodrigues Ribeiro (Vencido, pelos fundamentos
constantes do Acórdão n.º 557/22) — António José da Ascensão Ramos (Vencido, revertendo a
minha anterior posição, pelas explicações e fundamentos explanados na declaração junta pelo
Senhor Vice-Presidente, para a qual remeto) — Pedro Machete (vencido conforme declaração
junta) — João Pedro Caupers.
Texto integral do Acórdão disponível no sítio eletrónico do Tribunal Constitucional:
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20230196.html
316462265

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT