Relatório 1-AX/2007, de 14 de Maio de 2007

Relatório n. 1-AX/2007

Conservatória do Registo Comercial do Porto (1.ª Secçáo). Matrícula n. 48 666/910201; identificaçáo de pessoa colectiva n. 502488468; número e data da apresentaçáo: 2217/16 de Julho de 2003; número de pasta.

Certifico, que relativamente à sociedade em epígrafe foram depositados na pasta respectiva, os documentos referentes à prestaçáo de contas do ano de 2002.

É o que cumpre certificar.

Conservatória do Registo Comercial do Porto (1.ª Secçáo), 14 de Novembro de 2003. - A Escriturária Superior, Ana Maria Valente Costa Loureiro.

Relatório e contas de 2003 Relatório de gestáo

I - Análise macro-económica

  1. Enquadramento internacional

    O ano de 2002 foi um ano de má memória para a generalidade das economias mundiais. Aliada à quebra sincronizada dos movimentos cíclicos normais das principais economias internacionais, 2002 foi um ano fértil em acontecimentos paralelos que afectaram a confiança dos agentes económicos mundiais, nomeadamente, o clima de insegurança sentido a nível global e os sucessivos escândalos relacionados com a fiabilidade dos dados reportados nas contas de grandes empresas multinacionais. Estes acontecimentos contribuíram para a diminuiçáo da confiança dos agentes económicos que, naturalmente, se reflectiu no aumento da aversáo ao risco e consequentemente na queda dos níveis mundiais de consumo e investimento.

    A zona euro atingiu valores de crescimento do PIB abaixo do esperado situando-se na ordem dos 1%, contribuindo para este facto a quebra da economia americana e a forte valorizaçáo do euro face ao dólar. Ao nível dos preços na UE, 2002 ficou marcado por efeitos especiais que conduziram a preços mais elevados, como a introduçáo das moedas do euro (efeito de 0,2 p. p.), aumentos em impostos indirectos, subida do preço do petróleo e aumento do preço dos bens alimentares. Em termos de inflaçáo e na linha do pretendido pelo Banco Central Europeu assistimos a uma natural queda ao longo do ano, situando-se no final de 2002 nos 2%. Apesar de o risco de deflaçáo ter sido equacionado, neste momento esse cenário está praticamente afastado pelo BCE.

    As referidas preocupaçóes inflacionistas do Banco Central Europeu condicionaram a sua actuaçáo a nível de política monetária. Verificamos assim ao longo de 2002 uma estabilidade no nível das taxas directoras do BCE, nomeadamente nas taxas de mais curto prazo, tendo-se a Euribor a três meses mantido estável no 1. semestre denotando apenas uma ligeira tendência de baixa no 2. semestre. No entanto, e após ter sentido bastante pressáo nesse sentido, o BCE em Dezembro de 2002 aprovou o corte nas suas taxas directoras em 50 p. b., sendo que o mercado tinha já ante-cipado e absorvido 25 p. b. nos últimos meses. Este corte foi plenamente justificado pela manutençáo de uma actividade económica deprimida aliada à clara diminuiçáo dos riscos inflacionistas e também pela natural necessidade de reacçáo BCE aos níveis das taxas de juro norte-americanas.

    Evoluçáo EURIBOR

    A economia norte-americana terá sido a mais afectada pelos já referidos acontecimentos paralelos de 2002, uma vez que os EUA estáo no epicentro dos problemas relacionados com a insegurança (atentados terroristas/Guerra no Afeganistáo/Guerra no Iraque) e com perda de credibilidade das contas apresentadas por empresas de reno-me (Escândalo Enron).

    Esta desconfiança do sector privado americano levou a um período de capacidade produtiva excedentária e de menor consumo que se reflectiu na queda continua do nível de inflaçáo, situando-se esta no final do ano na ordem dos 2%.

    Assim, até ao início do último trimestre verificou-se uma forte contracçáo do sector produtivo, tendo o mercado após este período come-çado a transmitir alguns sinais de maior confiança e a ideia de que o pior da crise económica teria já passado.

    De destacar a actuaçáo da Reserva Federal Norte Americana (FED), que na tentativa de impulsionar a economia americana a sair da tendência de quebra baixou a sua taxa de referência em 50 p. b. para os 1,25%, o valor mais baixo dos últimos 40 anos.

    Os mercados asiáticos assistiram a uma forte depreciaçáo do iene, com efeitos apenas temporários na economia nipónica, tendo inclusivamente sentido uma certa debilidade na sua recuperaçáo económica graças à desaceleraçáo da produçáo industrial e ao aumento do desemprego.

    Os mercado emergentes da América Latina, após um início de ano marcado pela rotura da economia argentina que entrou em default na dívida soberana e que manteve ao longo do ano uma situaçáo de depressáo económica, seguiram-se as tensóes na economia brasileira que se prolongaram até ao final do período eleitoral. Os receios do mercado pela subida do Partido Trabalhista ao poder dissiparam-se e o Brasil terminou o ano com um governo que reúne a credibilidade e confiança tanto do mercado interno como do mercado externo.

  2. Enquadramento nacional

    A economia portuguesa viveu em 2002 um período de estagnaçáo inevitável face à tendência de desaceleraçáo que se registava desde 2001 após cinco anos de significativa expansáo económica. Os desequilíbrios no final de 2001 sáo evidentes ao nível dos elevados níveis de dívida privada e descontrolo governamental na despesa primária. Estes desequilíbrios sáo agravados pela necessidade de, no âmbito do plano de estabilidade e crescimento da EU, cumprir os critérios de convergência, nomeadamente no que diz respeito ao défice público que no início de 2002 se encontrava a níveis elevados. Neste capítulo podemos apontar a despesa primária, que atingiu níveis elevados devido essencialmente à rubrica de salários e remuneraçóes, e a quebra da receita fiscal como as principais causas do elevado défice público.

    A iminência do náo cumprimento dos critérios de convergência e a ameaça da EU em recorrer a sançóes, obrigou a adopçáo de medidas de emergência. Assim, em termos de política económica e fiscal, o novo Governo recuou nas pretensóes de um corte fiscal para 2002 e recorreu a um aumento dos impostos e a um forte corte na despesa pública. Estas medidas traduziram-se essencialmente num aumento da taxa normal do IVA de 2 pontos percentuais, reestruturaçáo e extinçáo de alguns institutos públicos, contençáo nas admissóes na funçáo pública, náo renovaçáo de contratos a prazo e limitaçáo do endividamento do poder local. Assim a economia portuguesa em 2002 atingiu um crescimento modesto, tendo a evoluçáo do P1B alcançado os 0,5 %, afectado essencialmente pela rubrica da procura interna que apresentou uma diminuiçáo em termos de investimento, uma desaceleraçáo do consumo privado para 0,3% para níveis de 1993 segundo o Banco de Portugal. Aliás o BdP refere com alguma estranheza que apesar do rendimento disponível dos particulares ter evoluído favoravelmente em 2002 a onda pessimista manteve-se no seio dos particulares e empresários portugueses.

    Perspectivas para 2003:

    Para o ano de 2003 as perspectivas náo sáo animadoras, sendo de prever a continuaçáo da desaceleraçáo da economia portuguesa. A pressáo de controlo das políticas orçamentais continuará a ser a nota dominante para 2003 que terá na procura interna a sua maior dificuldade uma vez que a confiança dos consumidores e empresários nacionais continuará baixa e o nível de endividamento das famílias manter-se-á a níveis elevados. Neste cenário poderáo estar depositadas na procura externa as esperanças de um aumento do dinamismo da procura, na perspectiva de uma, ainda que ligeira, recuperaçáo dos principais parceiros comerciais de Portugal.

    As perspectivas do governo português para 2003 váo claramente de encontro a este cenário de aumento da procura externa e de estagnaçáo da procura interna, como poderemos observar pelo cenário traçado na proposta do Orçamento do Estado de 2003.

    Cenário macro-económico convergir para os níveis de desenvolvimento dos outros países da Uniáo Europeia. O Banco de Portugal reforça esta ideia alertando para o facto de, apesar de se prever um crescimento nos próximos três anos inferior à média Europeia, as referidas potencialidades manter-se-áo intactas, náo devendo ser confundidas as dificuldades orçamentais do Estado com uma crise económica generalizada. Este caminho de recuperaçáo gradual deverá ser construído através de uma série de reformas estruturais de forma a atingir uma maior eficiência da administraçáo pública portuguesa, bem como, um indispensável equilíbrio orçamental nomeadamente contendo o crescimento das despesas primárias. O potencial de crescimento, segundo a OCDE, poderá ser aumentado mediante investimento em políticas educacionais e de formaçáo, bem como políticas que fomentem o aumento da mobili-dade dos empregados e uma melhoria das tecnologias e métodos de gestáo em Portugal.

    II - Enquadramento da actividade

    A actividade da BPN Rent está intimamente ligada ao mercado automóvel nacional, sentindo naturalmente as suas oscilaçóes.

    O ano de 2002 trouxe para o mercado automóvel nacional quebras significativas, tendo sido atingidos alguns mínimos históricos. Em termos de veículos ligeiros foram vendidas 305 375 unidades ao longo do ano, que representa uma queda de 13,7% face ao período homólogo. Segundo a ACAP (Associaçáo do Comércio Automóvel em Portugal) 2002 foi o pior dos últimos seis anos, essencialmente devido à forte quebra do mercado no 2. semestre. Para a referida conjuntura do mercado de vendas de veículos ligeiros, contribuíram os mercados de veículos ligeiros de passageiros com uma quebra de 11,4% face a 2001 e de veículos comerciais ligeiros com uma descida anual de 19,7%.

    Vendas de veículos ligeiros em Portugal

    Mês Ano

    Dezembro Percen- Percen-2002

    de 2002 tagem tagem

    Despesa nacional

    (Taxas de crescimento em volume)

    2002 2003 (estimativa) (previsáo)

    Despesa:

    Consumo privado ..................... 0,3; 0,7 0,25; 1,25

    Consumo público ...................... 1,3; 1,5 - 0,5; -

    Investimento FBCF .................. - 3.3; - 1,1 0;4

    Procura interna ........................ - 0,2; 0,4 0,1; 1,7

    Exportaçóes...

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