Relatório 11-D/2007, de 17 de Julho de 2007

Relatório n. 11-D/2007

Sede social: Rua do Salitre, 165-167, 1250-198 Lisboa.

Capital social: 35 000 000 de euros.

Pessoa colectiva n. 504655361.

Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o n. 9427.

Relatório e contas de 2006 Órgáos sociais

Mesa da assembleia geral:

Presidente: Vítor José Melícias Lopes (a).

Vice-presidente: Vasco Alexandre Vieira de Almeida. Secretário: Pedro Luís Amaral da Cunha.

Conselho de administraçáo:

Presidente: Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino. Vice-presidentes:

Mário José Brandáo Ferreira.

Francisco José Fonseca da Silva.

Vogais:

Emanuel Jorge Marques dos Santos.

Francisco Luís Murteira Nabo.

Jorge Abreu Pereira Parreira Moia. Luís António Gomes Moreno.

Conselho fiscal:

Presidente: Henrique Carlos de Medina Carreira.

Membros efectivos:

Carlos Reinaldo Pinheiro da Silva.

PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, L.da, representada por José Manuel Henriques Bernardo ou por Ana Maria Ávila de Oliveira Lopes Bertáo.

Suplente:

Belarmino Martins, Eugénio Ferreira & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, L.da, representada por António Alberto Henriques Assis.

Conselho estratégico:

Presidente (em exercício): Hermínio Marques Ferreira.

Vogais:

Augusto Carlos Serra Ventura Mateus.

Edmundo Martinho.

Francisco Crespo.

Francisco Maria Guerreiro da Cruz Martins. Guilherme Vilaverde.

Henrique Carlos de Medina Carreira

Vítor José Melícias Lopes.

(a) Renunciou ao mandato em 7 de Janeiro de 2007.

Srs. Accionistas:

No exercício de 2006 observou-se, pelo quarto ano consecutivo, um crescimento da economia mundial superior a 4%. Global, como é este número, ele encerra necessariamente comportamentos muito diversos e assimétricos ao nível dos vários países e regióes: à semelhança do que ocorreu em anos anteriores, os contributos mais pujantes para a notável sustentaçáo desta taxa de crescimento provêem dos mercados emergentes, em detrimento do velho mundo.

O observador neutral náo pode deixar de congratular-se com o rebalanceamento e correcçáo que estas tendências indiciam quanto a situaçóes de profundos desequilíbrios económicos e sociais que desde há longo tempo vêm caracterizando a geografia mundial.

Na mais prosaica perspectiva de quem se insere numa economia periférica do Continente Europeu, como é o caso de Portugal, as modestas marcas registadas nos seus diversos indicadores de desenvolvimento económico e social estáo ainda longe de poderem produzir um sentimento generalizado de satisfaçáo. O processo de ajustamento do nosso País aos novos paradigmas do comércio entre as naçóes continuou a fazer sentir as suas consequências negativas em várias áreas e sectores da economia e da sociedade, com particular destaque para a subutilizaçáo de capacidade produtiva existente, designadamente quanto aos seus recursos humanos.

E, no entanto, sáo múltiplos e inegáveis os sinais de que, uma vez interiorizada a necessidade de mudança, a sociedade portuguesa é capaz de iniciar e efectuar o processo de transiçáo que a coloque em posiçáo onde os seus factores produtivos possam ser adequadamente aproveitados em benefício da qualidade de vida de todos os seus agentes.

O Banco Português de Gestáo, à escala da sua dimensáo, é também um sujeito e agente deste processo de mudança. A actividade da instituiçáo náo é imune à saúde económica dos seus clientes e a sua presença activa em vários sectores da economia social confere-lhe uma especial sensibilidade e consciência quanto às grandes questóes com que aqueles se confrontam, náo poucas vezes contribuindo para a busca das melhores soluçóes que tais questóes exigem.

Também o Banco deve ajustar o seu posicionamento em funçáo das alteraçóes que se observam no meio em que se insere, tanto quanto possível antecipando-as e antecipando-se aos seus efeitos.

É, em certa medida, o que temos vindo a fazer nas principais áreas de negócio do Banco:

i) Ao reorientar progressivamente a área de negócios de corporate finance para mercados internacionais, em particular para os países lusófonos, onde a natureza dos trabalhos para os quais o Banco é contratado, sendo consistente com os valores em que o Banco se revê e com as competências que tem desenvolvido, permite a obtençáo de interessantes níveis de remuneraçáo;

ii) Ao estabelecer critérios mais exigentes na apreciaçáo do risco de novas operaçóes de crédito e dos clientes que as propóem, reforçando do mesmo passo a frequência com que é feito o acompanhamento dos clientes em carteira;

iii) Ao intensificar as operaçóes nos mercados de capitais, no âmbito da gestáo de carteiras por conta de clientes e da carteira própria do Banco, tirando o melhor partido e com notável sucesso das valorizaçóes observadas ao longo do último ano nas várias classes de activos financeiros.

Os frutos desta política náo sáo obteníveis na sua totalidade num único exercício, mas apraz-me salientar que dela já beneficiaram os resultados da actividade desenvolvida pelo Banco em 2006 e que sáo objecto do relatório e contas ora apresentados. A realizaçáo de um resultado antes de impostos de cerca de 1 milháo de euros, sendo um montante ainda bastante aquém do que julgo ser a capacidade potencial da instituiçáo, é certamente um facto positivo digno de registo, sinalizando uma tendência que queremos ver ampliada e reforçada no futuro.

O esforço de adaptaçáo da nossa instituiçáo às novas condiçóes do mercado é contínuo e náo poderá dar-se por terminado, exigindo uma avaliaçáo constante das áreas de negócio onde o Banco se encontra a operar e daquelas onde as suas vantagens comparativas permitem esperar um retorno satisfatório do investimento que em cada caso se tenha por adequado.

Um dos próximos desafios com que o Banco se confrontará é o da criaçáo de um número, ainda reduzido, de agências de pequena dimensáo, localizadas em alguns dos principais centros urbanos do País, em espaços físicos contíguos aos utilizados por uma seguradora, também esta orientada para servir o sector da economia social. O benefício das sinergias potenciais desta aproximaçáo entre a actividade bancária eseguradora, expectáveis na maior eficiência de custos e na potenciaçáo de proveitos resultantes de uma maior presença junto da clientela, permitirá ultrapassar uma das mais fortes limitaçóes ao crescimento do Banco e à sua afirmaçáo no mercado.

Mantendo a fidelidade à matriz de valores com que o Banco Português de Gestáo foi criado, iremos prosseguir a acçáo que tem vindo a ser desenvolvida, sem nunca descurar a preocupaçáo de criar valor para os accionistas e de bem satisfazer as necessidades e expectativas daqueles para quem trabalhamos.

O Presidente do Conselho de Administraçáo, Carlos Augusto

Pulido Valente Monjardino.

Relatório do conselho de administraçáo

Enquadramento macroeconómico

A economia portuguesa em 2006

O crescimento do PIB em torno de 1,2% resume, nesta importante variável, a ambivalência com que se pode interpretar o comportamento da economia Portuguesa no ano transacto:

De forma positiva, porque este ritmo de crescimento quase triplica aquele que se verificou no ano anterior, afastando em definitivo o cenário de caracterizaçáo da conjuntura doméstica como sendo de estagnaçáo ou recessiva;

Numa perspectiva menos positiva, a verificaçáo do facto de que, com este ritmo de crescimento, a economia portuguesa ter acentuado o seu processo de divergência em relaçáo à média da Uniáo Europeia. Efectivamente, o índice do PIB per capita nacional, comparado com a média dos 25 países da EU, depois de ter atingido um máximo de 80,3% em 2000, veio desde entáo a experimentar um constante decréscimo que no último ano se agravou, ao observar-se nesse índice um valor inferior a 70%.

Também as diversas variáveis que habitualmente sáo convocadas para retratar a conjuntura económica poderáo ser arrumadas numa destas duas categorias, consoante a sua evoluçáo tenha sido mais positiva ou menos favorável ao longo de 2006. E aqui vale a pena assinalar uma primeira diferença qualitativa relativamente ao ano transacto, onde entáo a generalidade dos indicadores apontava para uma única direcçáo: a do agravamento dos desequilíbrios das contas nacionais.

Efectivamente, é possível identificar algumas grandezas cujo comportamento em 2006 foi francamente positivo, náo apenas em funçáo do valor absoluto alcançado na respectiva variaçáo, mas também, ou sobretudo, pelo que tal evoluçáo significa enquanto indício de uma tendência que venha a permitir recolocar o País na senda da convergência com a Uniáo Europeia, interrompida desde o início da presente década.

Neste sentido, a primeira e mais importante nota favorável diz respeito ao comportamento das exportaçóes de bens e serviços, cujo crescimento em 2006 foi estimado em 9,6%. É um desempenho a todos os títulos notável das empresas nacionais que se (re)orientaram para os mercados externos, táo mais assinalável quanto é certo que o fizeram com sucesso apesar da persistência de condiçóes menos favoráveis, como seja a valorizaçáo do euro face ao USD e outras moedas, bem como o encarecimento sustentado de alguns dos factores de produçáo, designadamente os derivados do petróleo, cujas cotaçóes, apesar da quebra verificada na segunda metade do ano, se mantiveram em níveis superiores aos inicialmente previstos. Que esse sucesso tenha estado presente náo apenas em sectores produtivos de elevado valor acrescentado mas também em sectores mais tradicionais da exportaçáo nacional, sujeitos à forte concorrência de países com reduzidos custos laborais, é um sinal muito interessante quanto à capaci-dade já evidenciada por muitas empresas nacionais no sentido de procederem às indispensáveis alteraçóes estruturais, necessárias à boa resoluçáo do binómio produtividade/competitividade.

A segunda nota, também favorável, é relativa ao comportamento das contas públicas nacionais. É de assinalar, em primeiro lugar, o cumprimento por excesso do objectivo do défice implícito no Orçamento de...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT