Louvor n.º 1381/2022

Data de publicação26 Dezembro 2022
Gazette Issue247
SeçãoSerie II
ÓrgãoOrdem dos Médicos
www.dre.pt
N.º 247 26 de dezembro de 2022 Pág. 88
Diário da República, 2.ª série
PARTE E
ORDEM DOS MÉDICOS
Louvor n.º 1381/2022
Sumário: Louvor coletivo a todos os médicos de Portugal, 2020-2022.
Em 2020, 2021 e 2022 os médicos a exercer medicina em Portugal tiveram de liderar o
combate à pandemia por SARS -CoV -2 e simultaneamente proteger, cuidar e tratar dos seus
doentes habituais. Foram três anos em que o papel das médicas e dos médicos foi determinante
para evitar uma situação calamitosa na saúde global dos portugueses. Foram anos em que, apesar
do aumento significativo da mortalidade, se salvaram muitos milhares de vidas. E o contributo foi
global. Envolveu todos os médicos especialistas e internos de saúde pública, de medicina geral
e familiar, de medicina hospitalar, de medicina do trabalho, de medicina desportiva, dos cuidados
continuados, dos cuidados paliativos, da hospitalização domiciliária, do setor público (SNS), do setor
social, do setor privado. Envolveu a vacinação contra a COVID -19 e as múltiplas recomendações
gerais e específicas que foram feitas durante estes anos de pandemia. Envolveu os médicos sem
especialidade e os estudantes de medicina.
Portugal conseguiu atingir bons indicadores a nível internacional no combate à pandemia.
De entre eles, os indicadores relacionados com a vacinação contra a COVID -19 mereceram um
destaque especial nas suas várias dimensões. Mas também o acompanhamento e tratamento de
todos os doentes com a doença COVID -19, assim como dar um rosto, dar vida aos doentes não
covid, recorrendo a todos os meios possíveis para recuperar aquilo que a COVID -19 e algumas
más decisões políticas estagnaram. Foi sempre o desígnio de todos os médicos e da Ordem dos
Médicos. Não deixar ninguém para trás.
Os médicos honraram o «ser médico». Enalteceram o orgulho e o privilégio de colocar a ciência,
a medicina, o humanismo, a solidariedade e a tecnologia ao serviço dos outros. Tantas vezes vimos
como a urgência de melhorar a vida dos portugueses colocou em suspenso as suas próprias vidas.
Os anos ensinaram -nos, no terreno, que «ser médico» é uma jornada que desafia profundamente
limites, ânimos e certezas. As paredes e portas com que cruzaram e as batas que usaram contaram
e contarão as histórias dos trilhos onde diariamente encontraram obstáculos e quantas vezes estes
pareceram intransponíveis. E se os ultrapassaram é porque encontraram uma família. Com espírito
de sacrifício, humanidade e manifesta resiliência. Amizades seladas a suor e lágrimas que os fizeram
entrar pelas mesmas portas uma e outra vez. Portas por onde entram perfeitos desconhecidos que,
em minutos, os transformam em confidentes, amigos, por vezes a única família. Existem mil formas
de dizer obrigado. Nós, médicos, temos a felicidade de conhecer todas elas. Nada os preparou
para estes tempos sem precedentes no nosso tempo de vida. A classe médica viu -se como nunca
na ordem do dia. Quando reinava a dúvida, pelas casas dos portugueses entravam médicos que
mostraram o caminho aos políticos. Os médicos foram, nesta fase particularmente difícil, o apoio
primeiro e último das fundações da sociedade civil. Mas os médicos também precisam de médicos.
Porque é preciso cuidar de quem cuida. É também necessário que nenhum médico fique para trás.
Em consciência, decidiram continuar a missão que escolheram para a vida. Hoje com novos
desafios, mas também com novas oportunidades. E ainda que faltem muitas batalhas por travar, é
altura de reconhecer publicamente o trabalho resiliente, meritório e ímpar dos médicos de Portugal.
Os médicos estiveram e continuam a estar envolvidos num dos maiores esforços nacionais de que
há memória: o esforço de continuar a lutar por mais e melhor acesso a cuidados de saúde a todos
os portugueses. Apesar de todas as dificuldades e das condições muitas vezes insuficientes em que
desempenham a sua profissão, os médicos de Portugal comprovaram o humanismo, solidariedade,
altruísmo, competência e excelência que sempre os têm caracterizado e que merecem ser aqui
realçados. Sempre orientados por um sentido ético, responsável e até patriótico, não há gratidão
suficiente para toda a dedicação que fez e faz Portugal acontecer. É o trabalho de todos os médicos
que permite que tenhamos uma Saúde em que os cidadãos (ainda) podem confiar. Os médicos
nunca desistirão dos seus doentes, a saúde destes será sempre a sua primeira preocupação.
Por tudo isto, torna -se público o presente louvor coletivo de reconhecimento a todos os médicos
de Portugal 2020 -2022.
7 de dezembro de 2022. — O Bastonário, José Miguel Ribeiro de Castro Guimarães.
315960681

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