Despacho n.º 3100/2024

Data de publicação22 Março 2024
Número da edição59
SeçãoSerie II
ÓrgãoAmbiente e Ação Climática - Gabinete do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas
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Despacho n.º 3100/2024
22-03-2024
N.º 59
2.ª série
AMBIENTE E AÇÃO CLIMÁTICA
Gabinete do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas
Despacho n.º 3100/2024
Sumário:Declara a utilidade pública, com caráter de urgência, relativa à constituição de servidão admi-
nistrativa necessária à execução da rede primária de faixas de gestão de combustível, nas
freguesias de Aldeia do Bispo, Aldeia Velha, Foios e Souto, concelho de Sabugal.
O Decreto-Lei n.º82/2021, de 13 de outubro, na sua redação atual, que estabelece o Sistema de
Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR) no território continental e define as suas regras de funciona-
mento, determina que, nos terrenos abrangidos pela rede primária de faixas de gestão de combustível,
são constituídas servidões administrativas, através da tomada de posse administrativa pela entidade
responsável para execução das faixas de gestão de combustível, o Instituto da Conservação da Natu-
reza e das Florestas,I.P., podendo aplicar-se, com as devidas adaptações, o regime das expropriações
previsto no Decreto-Lei n.º123/2010, de 12 de novembro, na sua redação atual.
As faixas de gestão de combustível constituem redes de defesa primárias, secundárias e ter-
ciárias, tendo em consideração as funções que podem desempenhar. De acordo com os n.os 1, 2 e 4
do artigo 48.º do SGIFR, as faixas de gestão de combustível que integram a rede primária cumprem
a função de diminuição da superfície percorrida por grandes incêndios, permitindo e facilitando uma
intervenção direta de combate ao fogo e visam o estabelecimento, em locais estratégicos, de condições
favoráveis ao combate a incêndios rurais, implantando-se em territórios rurais; têm uma largura padrão
de 126m e compartimentam áreas que devem, preferencialmente, possuir entre 500 ha a 10000 ha;
e, como estabelece igualmente o artigo33.º do SGIFR, são definidas nos programas regionais de ação
e obrigatoriamente integradas nos programas sub-regionais de ação.
Ao abrigo do artigo7.º e do n.º5 do artigo48.º do SGIFR, cabe ao Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas,I.P. (ICNF,I.P.), coordenar as ações de infraestruturação no âmbito da rede
primária de faixas de gestão de combustível e assegurar a sua execução, sendo a entidade responsável
pela execução e monitorização da rede primária de faixas de gestão de combustível.
Estabelece a alíneaa) do n.º1 artigo56.º do SGIFR que nos terrenos abrangidos pela rede primária
de faixas de gestão de combustível são constituídas servidões administrativas, através da posse admi-
nistrativa pelo ICNF,I.P., para execução das faixas de gestão de combustível determinadas nos termos
do n.º4 do artigo48.º do SGIFR, isto é, as faixas de gestão de combustível definidas nos programas
regionais de ação e obrigatoriamente integradas nos programas sub-regionais de ação.
De acordo com o n.º2 do artigo30.º do SGIFR, as regras técnicas de elaboração, consulta pública
e aprovação e o conteúdo documental e material dos instrumentos de planeamento do Sistema de Gestão
Integrada de Fogos Rurais são estabelecidos por regulamento elaborado pela Agência para a Gestão
Integrada de Fogos Rurais,I.P. (AGIF,I.P.), em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência
e Proteção Civil (ANEPC), o ICNF,I.P., e com audição da Associação Nacional de Municípios Portugueses
(ANMP), aprovado pela comissão nacional de gestão integrada de fogos rurais e publicado no Diário
da República.
Através do Despacho n.º9550/2022, de 4 de agosto, deu-se cumprimento àquela disposição, deter-
minando-se, designadamente, que os instrumentos de planeamento se distribuem por cinco programas
regionais de ação (PRA)—Programa Regional de Ação Norte, Programa Regional de Ação Centro, Pro-
grama Regional de Ação Lisboa e Vale do Tejo, Programa Regional de Ação Alentejo e Programa Regional
de Ação Algarve—, que transportam para as regiões-plano os projetos inscritos no Plano Nacional de
Ação (PNA), que os PRA são elaborados pelas comissões regionais de gestão integrada de fogos rurais,
em articulação com a AGIF,I.P., que são aprovados pelas referidas comissões regionais, após parecer
da Comissão Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que são publicados no Diário da República,
e que os PRA incluem, obrigatoriamente, o planeamento (calendário de execução, recursos materiais
e financeiros) e cartografia da rede primária de faixas de gestão de combustível, em cumprimento do
artigo33.º do SGIFR.
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N.º 59
2.ª série
O Programa Regional de Ação do Centro (PRA-Centro) foi aprovado em reunião da Comissão
Regional de Gestão Integrada de Fogos Rurais do Centro, em 19 de dezembro de 2022, nos termos do
disposto na alíneab) do n.º2 do artigo27.º, conjugada com o n.º4 do artigo33.º do SGIFR, e publicado
pelo Aviso n.º24772/2023, de 27 de julho, no Diário da República, 2.ªsérie, n.º244, de 20 de dezembro
de 2023, encontrando-se aí definida a respetiva implementação territorial da rede primária de faixas de
gestão de combustível.
Considerando que a Decisão de Execução do Conselho relativa à aprovação da avaliação do Plano
de Recuperação e Resiliência de Portugal inclui o Investimento «RE-C08-i03: Faixas de gestão de com-
bustível—rede primária»;
Considerando que o Decreto-Lei n.º15/2021, de 23 de fevereiro, alterado pela Lei n.º5/2023, de
20de janeiro, estende o âmbito de aplicação do regime especial de expropriação e constituição de ser-
vidões administrativas para a execução de projetos integrados no Programa de Estabilização Económica
e Social aos projetos abrangidos pelo Plano de Recuperação e Resiliência;
Considerando que, de acordo com a alíneaa) do n.º1 do artigo56.º do SGIFR, à tomada de posse
administrativa pelo ICNF,I.P., para execução das faixas de gestão de combustível, pode aplicar-se, com
as devidas adaptações, o regime das expropriações previsto no Decreto-Lei n.º123/2010, de 12 de
novembro, na sua redação atual, aplicando-se subsidiariamente o Código das Expropriações em tudo
o que não se encontrar previsto no mencionado decreto-lei;
Considerando que, de acordo com o n.º1 do artigo2.º do mencionado Decreto-Lei n.º123/2010,
são consideradas de utilidade pública e com caráter de urgência, nos termos do artigo15.º do Código
das Expropriações, as expropriações aí referidas;
Considerando que, da conjugação do artigo3.º com o n.º1 do artigo7.º do Decreto-Lei n.º123/2010,
é da competência do membro do Governo da tutela determinar por despacho, sob proposta da entidade
responsável, a constituição das servidões administrativas, valendo aquele despacho como declaração
de utilidade pública, nos termos do n.º2 do artigo13.º do Código das Expropriações;
Considerando que, de acordo com o n.º2 do artigo7.º do referido Decreto-Lei n.º123/2010,
a proposta de concretização dos bens a sujeitar a servidão administrativa deve mencionar a largura
e o comprimento da faixa da servidão, bem como os ónus ou os encargos que a sua constituição implica;
Considerando, por fim, que a constituição destas servidões administrativas é urgente e inadiável e que
a sua não publicação provocaria constrangimentos à implementação do Investimento «PRR RE-C08-i03:
Faixas de Gestão de Combustível—Rede Primária», que conta com uma dotação de 120 M€, que este
investimento prevê para o seu subinvestimento «Implementação e pagamento de servidões adminis-
trativas» um montante de 87,01 M€, e que no contrato de financiamento celebrado entre o ICNF,I.P.,
e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal (EMRP) se prevê um marco intermédio destinado à recolha
sistemática de informação relativa à constituição de servidões administrativas;
Considera-se que a constituição da servidão administrativa necessária à execução da rede primária
de faixas de gestão de combustível é um ato de estrita necessidade, pela sua prática ser urgente para
garantir o interesse público e pela solução que prescreve ser proporcional a fazer valer os interesses
em causa à luz da necessidade de atuação do Estado:
Assim:
Sob proposta do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas,I.P., ao abrigo do disposto
no artigo56.º do Decreto-Lei n.º82/2021, de 13 de outubro, no artigo7.º do Decreto-Lei n.º123/2010,
de 12 de novembro, aplicável ex vi do artigo56.º, n.º 1, alíneaa), do Decreto-Lei n.º82/2021, e nos
artigos8.º, n.º3, e 13.º do Código das Expropriações, e no uso da competência atribuída pelas suba-
líneasiv) e viii) da alínead) do artigo 3.º do Despacho n.º2291/2023, de 29 de janeiro, publicado no
Diário da República, 2.ªsérie, n.º34, de 16 de fevereiro de 2023, alterado pelo Despacho n.º4640/2023,

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