Decreto n.º 22/2006, de 22 de Setembro de 2006

Decreto n.o 22/2006

de 22 de Setembro

Tendo em conta a necessidade de garantir a protecçáo de informaçáo classificada trocada entre pessoas singulares ou colectivas de Portugal e do Brasil no âmbito de acordos de cooperaçáo ou de contratos;

Considerando as tradicionais relaçóes entre os dois países e o desejo de as alargar e aprofundar a outras áreas:

Assim: Nos termos da alínea c) do n.o 1 do artigo 197.o da Constituiçáo, o Governo aprova o Acordo para a Protecçáo de Informaçáo Classificada entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, assinado no Porto em 13 de Outubro de 2005, cujo texto, na versáo autêntica em língua portuguesa, se publica em anexo.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Agosto de 2006. - António Luís Santos Costa - Manuel Lobo Antunes - Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira.

Assinado em 4 de Setembro de 2006.

Publique-se.

O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Referendado em 5 de Setembro de 2006.

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

ACORDO PARA A PROTECçÁO DE INFORMAçÁO CLASSIFICADA ENTRE A REPÚBLICA PORTUGUESA E A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

A República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, doravante designadas por Partes;

Reconhecendo a necessidade das Partes em garantir a protecçáo de informaçáo classificada trocada entre as Partes, pessoas singulares ou colectivas, no âmbito de acordos de cooperaçáo ou contratos celebrados ou a celebrar;Desejando estabelecer um conjunto de regras sobre a protecçáo mútua da informaçáo classificada trocada entre as Partes:

Acordam o seguinte:

Artigo 1.o Objecto

O presente Acordo estabelece as regras de segurança aplicáveis a todos os acordos de cooperaçáo ou contratos que prevejam a transmissáo de informaçáo classificada, celebrados ou a celebrar pelas entidades nacionais competentes das Partes ou por pessoas singulares ou colectivas autorizadas para esse efeito.

Artigo 2.o

Âmbito de aplicaçáo

1 - O presente Acordo estabelece os procedimentos a adoptar para a protecçáo de informaçáo classificada trocada entre as Partes.

2 - O presente Acordo náo é aplicável à cooperaçáo directa entre os serviços de informaçóes.

Artigo 3.o Definiçóes

Para os efeitos do presente Acordo:

a) «Informaçáo classificada» - designa a informaçáo, os documentos e materiais, independentemente da sua forma, natureza e meios de transmissáo, aos quais tenha sido atribuído um grau de classificaçáo de segurança e que requeiram protecçáo contra divulgaçáo náo autorizada; b) «Entidade nacional de segurança» - designa a entidade designada por cada Parte como responsável pela aplicaçáo e supervisáo do presente Acordo; c) «Parte transmissora» - designa a Parte que entrega ou transmite informaçáo classificada à outra Parte; d) «Parte destinatária» - designa a Parte à qual é entregue ou transmitida informaçáo classificada pela Parte transmissora; e) «Terceira Parte» - designa qualquer organizaçáo internacional ou Estado, incluindo os seus cidadáos e pessoas colectivas, e que náo é Parte no presente Acordo; f) «Contratante» - designa uma pessoa singular ou colectiva possuidora de capacidade jurídica para celebrar contratos; g) «Contrato classificado» - designa qualquer acordo entre dois ou mais contratantes que estabelece e define direitos e obrigaçóes entre eles e que contém ou envolve informaçáo classificada; h) «Credenciaçáo de segurança de pessoa singular» - designa a determinaçáo feita pela entidade nacional de segurança ou outra entidade competente, em resultado de procedimentos de investigaçáo para credenciaçáo, de que um indivíduo está habilitado para ter acesso a informaçáo classificada, de acordo com o direito interno; i) «Credenciaçáo de segurança de pessoa colectiva» - designa a determinaçáo feita pela entidade nacional de segurança ou outra entidade competente de que, sob o ponto de vista da segurança, uma entidade tem capacidade física e organizacional para manusear e guardar informaçáo classificada, de acordo com o respectivo direito interno; j) «Necessidade de conhecer» - designa que o acesso à informaçáo classificada que só pode ser concedido à pessoa que tenha comprovada necessidade de a conhecer, ou de a possuir, para cumprimento das suas funçóes oficiais e profissionais, de acordo com o propósito para o qual a informaçáo foi entregue ou transmitida à Parte destinatária; k) «Instruçáo de segurança do projecto» - designa uma compilaçáo de requisitos de segurança que sáo aplicados a um determinado projecto para garantir a uniformizaçáo nos procedimentos de segurança; l) «Guia de classificaçáo de segurança do projecto» - designa a parte da instruçáo de...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT