Decreto-Lei n.º 312/2009, de 27 de Outubro de 2009

Decreto-Lei n. 312/2009

de 27 de Outubro

O Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro, criou o Sistema Multimunicipal de Saneamento do Grande Porto para recolha, tratamento e rejeiçáo de efluentes dos municípios utilizadores, os quais, inicialmente, sáo apenas os municípios de Baiáo, Castelo de Paiva, Cinfáes, Maia, Pare-des, Penafiel e Vila Nova de Gaia, podendo, no entanto, nos termos do artigo 2. do Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro, o sistema ser posteriormente alargado a outros municípios, mediante reconhecimento de interesse público justificativo, através de despacho do Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.

Nos termos do n. 2 do artigo 3. do Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro, a atribuiçáo da concessáo do Sistema Multimunicipal de Saneamento do Grande Porto seria feita a uma sociedade anónima, a ser constituída pela AdP - Águas de Portugal, SGPS, S. A., com, pelo menos, 51 % do capital social com direito a voto, e tendo como accionistas, também, os municípios utilizadores, na parte de capital social com direito a voto que, pelos mesmos, viesse a ser subscrita.

O presente decreto -lei vem criar a sociedade anónima referida, atribuindo -lhe a concessáo do Sistema Multi-municipal de Saneamento do Grande Porto. O presente decreto -lei também procede a ajustamentos relativamente ao âmbito territorial e ao regime aplicável ao Sistema Multimunicipal de Saneamento do Grande Porto.

O presente decreto -lei tem por enquadramento o disposto nos Decretos -Leis n.os 379/93, de 5 de Novembro, e 162/96, de 4 de Setembro.

Foram ouvidos todos os municípios abrangidos pelo sistema multimunicipal em causa.Assim:

Nos termos da alínea a) do n. 1 do artigo 198. da Constituiçáo, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.

Objecto

1 - O presente decreto -lei altera o âmbito territorial do Sistema Multimunicipal de Saneamento do Grande Porto para recolha, tratamento e rejeiçáo de efluentes, criado pelo Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro.

2 - O presente decreto -lei constitui a sociedade SIMDOURO - Saneamento do Grande Porto, S. A., e atribui -lhe o exclusivo da exploraçáo e gestáo do sistema referido no número anterior.

Artigo 2.

Constituiçáo da SIMDOURO, S. A.

1 - É constituída a sociedade SIMDOURO - Saneamento do Grande Porto, S. A., sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, abreviadamente designada por SIMDOURO, S. A.

2 - O presente decreto -lei constitui título suficiente para efeitos de registo comercial da constituiçáo da SIMDOURO, S. A.

Artigo 3.

Objecto social da SIMDOURO, S. A.

1 - A SIMDOURO, S. A., tem por objecto social a exploraçáo e a gestáo do Sistema Multimunicipal de Sane-amento do Grande Porto para recolha, tratamento e rejeiçáo de efluentes, integrando como utilizadores originários os municípios de Arouca, Baiáo, Castelo de Paiva, Cinfáes, Maia, Paredes, Penafiel e Vila Nova de Gaia, criado pelo artigo 1. do Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro, abreviadamente designado por Sistema do Grande Porto.

2 - A SIMDOURO, S. A., pode exercer outras actividades para além daquelas que constituem o objecto da concessáo, desde que consideradas acessórias ou complementares da mesma e previamente autorizadas pelo concedente.

Artigo 4.

Estatutos e regime da SIMDOURO, S. A.

1 - Sáo aprovados os Estatutos da SIMDOURO, S. A., que constam de anexo ao presente decreto -lei e que dele fazem parte integrante.

2 - O disposto no n. 2 do artigo 2. aplica -se aos Estatutos aprovados no número anterior, com as devidas alteraçóes.

3 - As alteraçóes aos Estatutos processam -se nos termos da lei comercial.

4 - A SIMDOURO, S. A., rege -se pelo presente decreto -lei, pelos seus Estatutos e pelo regime jurídico do sector empresarial do Estado, aprovado pelo Decreto-Lei n. 558/99, de 17 de Dezembro.

Artigo 5.

Capital social da SIMDOURO, S. A.

1 - O capital social inicial da SIMDOURO, S. A., é representado por 4 600 000 acçóes da classe A, cada qual

com o valor nominal de € 5, repartidas da seguinte forma pelos accionistas fundadores:

  1. AdP - Águas de Portugal, SGPS, S. A. - 2 346 000 acçóes da classe A;

  2. Município de Vila Nova de Gaia - 1 109 290 acçóes da classe A;

  3. Município da Maia - 590 785 acçóes da classe A; d) Município de Paredes - 278 163 acçóes da classe A; e) Município de Penafiel - 124 189 acçóes da classe A; f) Município de Baiáo - 44 576 acçóes da classe A; g) Município de Arouca - 36 887 acçóes da classe A; h) Município de Castelo de Paiva - 35 460 acçóes da classe A;

  4. Município de Cinfáes - 34 650 acçóes da classe A.

    2 - As acçóes da classe A apenas podem ser detidas por entes públicos, tal como definidos na alínea e) do n. 2 do artigo 1. da Lei n. 71/88, de 24 de Maio, ou por municípios utilizadores do Sistema do Grande Porto, e devem representar, sempre e pelo menos, 51 % do capital social com direito a voto.

    3 - A transmissáo de acçóes em violaçáo do disposto no número anterior é nula.

    4 - Sem prejuízo do disposto no n. 2, as acçóes da classe A podem ser convertidas em acçóes da classe B, a pedido do seu titular e mediante prévia deliberaçáo favorável da assembleia geral da SIMDOURO, S. A.

    Artigo 6.

    Valor e realizaçáo do capital social da SIMDOURO, S. A.

    1 - A SIMDOURO, S. A., é constituída com um capital social inicial de € 23 000 000, subscrito pelos accionistas:

  5. AdP - Águas de Portugal, SGPS, S. A., com uma participaçáo correspondente a 51 % do capital social;

  6. Município de Vila Nova de Gaia, com uma participaçáo correspondente a 24,12 % do capital social;

  7. Município de Maia, com uma participaçáo correspondente a 12,84 % do capital social;

  8. Município de Paredes, com uma participaçáo correspondente a 6,05 % do capital social;

  9. Município de Penafiel, com uma participaçáo correspondente a 2,70 % do capital social;

  10. Município de Baiáo, com uma participaçáo correspondente a 0,97 % do capital social;

  11. Município de Arouca, com uma participaçáo correspondente a 0,80 % do capital social;

  12. Município de Castelo de Paiva, com uma participaçáo correspondente a 0,77 % do capital social;

  13. Município de Cinfáes, com uma participaçáo correspondente a 0,75 % do capital social.

    2 - As entradas iniciais de capital dos accionistas devem ser realizadas em dinheiro, no prazo de cinco dias a contar da data da entrada em vigor do presente decreto-lei.

    Artigo 7.

    Atribuiçáo da concessáo do Sistema do Grande Porto

    A exploraçáo e gestáo do Sistema do Grande Porto sáo atribuídas, em regime de concessáo, à SIMDOURO, S. A., nos termos do Decreto -Lei n. 260/2000, de 17 de Outubro.

    8054 Artigo 8.

    Primeira convocatória da assembleia geral

    A assembleia geral da SIMDOURO, S. A., deve reunir, na sua sede social, sem necessidade de cumprimento dos requisitos mencionados no artigo 13. dos Estatutos, até ao 10. dia posterior à data da entrada em vigor do presente decreto -lei ou até ao 1. dia útil subsequente, pelas 17 horas, com o objectivo de eleger os órgáos sociais da SIMDOURO, S. A.

    Artigo 9.

    Alteraçáo ao Decreto -Lei n. 260/2000...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT