Acórdão nº 03555/09 de Tribunal Central Administrativo Sul, 01 de Março de 2010

Magistrado ResponsávelJosé Correia
Data da Resolução01 de Março de 2010
EmissorTribunal Central Administrativo Sul

Acordam, em conferência, na 2ª Secção (Contencioso Tributário) do Tribunal Central Administrativo Sul: 1 – RELATÓRIO O REPRESENTANTE DA FAZENDA PÚBLICA, inconformado com a sentença do TF de Castelo Branco que julgou procedente a impugnação deduzida por António ...e mulher contra a liquidação do IRS de 1999, interpôs o presente recurso cuja minuta ostenta as seguintes conclusões: “Assim, nos termos dos artigos 685°-A e 685°-B do Código de Processo Civil: a) foram violados os artigos 25/1 al. a), 25/2, 26/1 al. m) e 78/2 do CIRS (vigentes à data), b) uma vez que, no que concerne aos rendimentos em causa auferidos pelo impugnante ora recorrido por ele declarados na declaração de IRS/1999, ele próprio os classifica como rendimentos de trabalho por conta de outrem e não como rendimentos de trabalho independente bem sabendo das consequências daí advenientes relativamente às contribuições pagas à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, Caixa de Previdência que expressamente refere, de forma bem evidenciada, que "para efeitos do ARTIGO 26° N.° l alínea m) do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, declara-se que o beneficiário desta Caixa, com o nome e número acima mencionados, pagou de contribuições para o seu Regime Obrigatório de Segurança Social, no ANO DE 1999, a quantia abaixo indicada: Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores 1.000.416$00". O exercício da profissão de advogado é, por natureza, uma actividade independente. Bem sabia, pois, o ora recorrido que não podia ter o melhor de dois mundos, ou seja, ver o seu provento tributado como rendimento da categoria A e beneficiar das deduções específicas dos rendimentos de trabalho independente, como a própria Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores esclarece.

  1. Foram violados ainda aqueles artigos porque, embora a administração fiscal não tenha considerado os 1.000.416$00 (4.990,05€) para efeito de dedução específica da categoria A, considerou, como decorre das regras do IRS, no que ao ora recorrido concerne, como dedução específica da categoria A precisamente a dedução prevista no artigo 25/1 al. a) do CIRS (vigente à data), nos termos do qual "aos rendimentos brutos da categoria A deduzir-se-ão, por cada titular que os tenha auferido, os seguintes montantes: 70% do seu valor, com o limite de 522 000$00 ou, se superior, de 72% de 12 vezes o salário mínimo nacional mais elevado". Ou seja, como dedução específica da categoria A foi considerado o valor de 529.632$00 [2.641,79€ (assim calculado: sendo em 1999 o salário mínimo nacional mais elevado no valor de 61.300$00 (305,76€), temos que 61.300$00 x 12 x 72% = 529.632$00]. Assim, mesmo que fosse de considerar o valor de 1.000.416300 (4.990,05€), o que não se concede, para efeitos de dedução específica da categoria A, nunca poderia ser...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT