Acórdão nº 679/12.0TAFAF.G1 de Tribunal da Relação de Guimarães, 07 de Março de 2016

Magistrado ResponsávelFERNANDO MONTERROSO
Data da Resolução07 de Março de 2016
EmissorTribunal da Relação de Guimarães

Acordam no Tribunal da Relação de Guimarães No Processo 679/12.0TAFAF da Comarca de Braga (Braga – Inst. Central – 2ª Sec. Ins. Criminal) foi proferido despacho que decidiu (transcreve-se): Não pronunciar, para julgamento a arguida Maria M., pela prática de um crime de subtração de menor p. e p. pelo art. 249 nº 1 al. c) do Cod. Penal.

* Deste despacho interpôs recurso o assistente, Manuel M.

, visando que seja decidida a pronúncia da arguida pela autoria do aludido crime de subtração de menor, por os autos conterem indícios suficientes da prática de tal crime.

Responderam, o magistrado do Ministério Público junto do tribunal recorrido e a arguida O magistrado do MP suscita a questão prévia de, sendo o procedimento pelo crime em causa dependente de queixa, em nenhum momento o recorrente, até ao encerramento do inquérito, ter manifestado de forma expressa a vontade de que tivesse lugar o procedimento criminal.

No mais, ambos concluem pela inexistência de indícios da prática do crime.

Nesta instância a sra. procuradora-geral adjunta emitiu parecer no sentido de se considerar a existência de intenção inequívoca por parte do assistente de procedimento criminal, devendo, no entanto, o recurso ser julgado improcedente, por não se mostrar suficientemente indiciada a prática do crime.

Observou-se o disposto no art. 417 nº 2 do CPP.

Colhidos os vistos, cumpre decidir.

* FUNDAMENTAÇÃO O assistente Manuel M. recorre da decisão que não pronunciou a arguida Maria M. como autora de um crime de subtração de menor p. e p. pelo art. 249 nºs 1 als. a) e c) e 3 do Cod. Penal.

Trata-se de crime com natureza semi pública Nos termos do nº 3 do art. 249 do Cod. Penal “O procedimento criminal depende de queixa”.

e o magistrado do Ministério Público junto do tribunal recorrido suscita a questão prévia de não ter sido apresentada queixa pelo crime imputado.

Vejamos: Dispõe o art. 49 nº 1 do CPP que “quando o procedimento criminal depender de queixa, do ofendido ou de outra pessoa, é necessário que essas pessoas deem conhecimento do facto ao Ministério Público, para que este promova o processo”. Nos termos do nº 2 do mesmo artigo considera-se feita ao Ministério Público a queixa dirigida a qualquer entidade que tenha a obrigação legal de a transmitir àquele.

A norma é bem explícita. Para se apresentar a queixa não são necessários especiais conhecimentos jurídicos, nem a sua validade está dependente de qualquer fórmula sacramental. Mas, por outro lado, a lei não...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT