Acórdão nº 366/07 de Tribunal Constitucional (Port, 22 de Junho de 2007

Magistrado ResponsávelCons. Mário Torres
Data da Resolução22 de Junho de 2007
EmissorTribunal Constitucional (Port

ACÓRDÃO N.º 366/2007 Processo n.º 1045/06 2.ª Secção

Relator: Conselheiro Mário Torres

Acordam, em conferência, na 2.ª Secção do Tribunal Constitucional,

1. A recorrente A., SA, notificada do Acórdão n.º 332/2007, de 29 de Maio de 2007 – que decidiu não conhecer (cf. n.º 2.2.) das questões de inconstitucionalidade reportadas às normas dos artigos 28.º do Código das Custas Judiciais (CCJ) e 146.º e 668.º do Código de Processo Civil (CPC), e não julgou materialmente inconstitucional a norma do n.º 2 do artigo 690.º-B do CPC, aditado pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de Dezembro, nem organicamente inconstitucional este decreto-lei, na parte em que procedeu ao aditamento daquele preceito, e, consequentemente, negou provimento ao recurso por ela interposto contra o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de 27 de Junho de 2006 –, apresentou, em 12 de Junho de 2007, requerimento em que se limitava a afirmar vir interpor recurso para o Plenário do Tribunal Constitucional.

Por despacho do relator, de 15 de Junho de 2007, tal recurso foi considerado patentemente inadmissível, por, só cabendo recurso para o Plenário do Tribunal Constitucional, nos termos do artigo 79.º-D, n.º 1, da Lei de Organização, Funcionamento e Processo do Tribunal Constitucional, aprovada pela Lei n.º 28/82, de 15 de Novembro, e alterada, por último, pela Lei n.º 13-A/98, de 26 de Fevereiro (LTC), se o Tribunal “vier a julgar a questão da inconstitucionalidade ou ilegalidade em sentido divergente do anteriormente adoptado quanto à mesma norma, por qualquer das suas secções”, não existir – nem a recorrente a indicar – qualquer anterior decisão do Tribunal Constitucional que tenha julgado inconstitucional a norma do n.º 2 do artigo 690.º-B do CPC, aditado pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de Dezembro, nem este decreto-lei, na parte em que procedeu ao aditamento daquele preceito.

2. Após a prolação desse despacho, mas ainda no dia 15 de Junho de 2007, a mesma recorrente apresentou novo requerimento, do seguinte teor:

“A., SA, recorrente nos autos à margem indicados, complementando o requerimento de interposição de recurso para o Plenário do Tribunal Constitucional, já endereçado aos autos, por ainda estar em prazo para o fazer, vem expor e requerer o seguinte:

  1. O douto Acórdão do Tribunal Constitucional omite pronúncia sobre algumas questões suscitadas pela ora recorrente no seu recurso.

  2. Efectivamente, o recurso da A. não se cinge à inconstitucionalidade material do artigo 690.º-B do CPC e à inconstitucionalidade orgânica do Decreto-Lei n.º 324/2003.

  3. Este não é, como erradamente se refere no Acórdão, o objecto do presente recurso.

  4. A recorrente, nas suas conclusões, constantes das páginas 52, 53 e 54 das alegações de recurso e transcritas no Acórdão a páginas 42, 43 e 44, suscitou as seguintes inconstitucionalidades, que se transcrevem para melhor compreensão:

    I. Deve ser declarada a inconstitucionalidade material do artigo 28.º do CCJ (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de Dezembro) quando conjugado com o n.º 2 do artigo 690.º-B do CPC (de igual modo aditado ao Código de Processo Civil pelo Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27 de Dezembro), por violação dos artigos 2.º, 13.º, 17.º, 20.º, n.ºs 1, 4 e 5, e 268.º, n.º 4, da CRP (e também o artigo 6.º da CEDH e o artigo 47.º da CDFUE), se interpretado, como o foi, no sentido de esta norma, quando conjugada com o n.º 2 do artigo 690.º-B do CPC, ser literalmente aplicável aos recursos jurisdicionais em processos pendentes, ou seja, instaurados antes de 1 de Janeiro de 2004, em detrimento do artigo 28.º do CCJ, na sua anterior versão, conjugada com o artigo 14.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 329-A/95, de 12 de Dezembro.

    II. Deve ser declarada a inconstitucionalidade material do n.º 2 do artigo 690.º-B do CPC, por violação dos artigos 2.º, 13.º, 17.º, 20.º, n.ºs 1, 4 e 5, e 268.º, n.º 4, da CRP (e também o artigo 6.º...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT