Acórdão nº 8199/2006-1 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 06 de Fevereiro de 2007

Magistrado ResponsávelCARLOS MOREIRA
Data da Resolução06 de Fevereiro de 2007
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

ACORDAM NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA 1.

Companhia de Seguros SA, instaurou contra R, acção declarativa, de condenação, com processo sumário.

Alega que o réu deu causa a um acidente de viação , sendo que ele conduzia com uma taxa de álcool de 1,61 g/l no sangue o que foi causa decisiva do sinistro.

Peticiona, no exercício do seu direito de regresso e ao abrigo do disposto no artº 19º, al.c) do DL nº 522/85 de 31 de Dezembro, a condenação do réu a pagar-lhe a quantia de 14,009,92 euros, acrescida de juros, desde a citação, á taxa de 12, visto a autora ser uma sociedade comercial, e até efectivo pagamento.

Contestou o réu, alegando que ele não foi o causador do acidente e peticionando a improcedência da acção.

No seguimento do processo foi proferida sentença que julgou a acção essencialmente procedente, condenando o réu na mencionada quantia, acrescida de juros, à taxa de 4% e até integral pagamento.

  1. Inconformado recorreu o réu.

    Terminando as suas alegações com as seguintes conclusões: 1. O presente recurso tem por objecto a douta Sentença proferida nos autos n.º 6596/04.0TBOER, na medida em que condena o réu a pagar-lhe a quantia de € 14.009,92, por considerar verificados os pressupostos do direito de regresso previstos na al. c) do artigo 19.º do Decreto - Lei n.º 522/85, de 13-12.

  2. In casu, não se encontram preenchidos os pressupostos de que o Decreto - Lei n.º 522/85, de 13-12, faz depender o direito de regresso da seguradora sobre o condutor, designadamente ter o condutor culpado ter agido sob influência de álcool.

  3. A matéria de facto julgada provada não permite concluir ter sido o apelante quem deu causa exclusiva ao acidente ocorrido no dia 21 de Fevereiro de 2002, designadamente ter violado o disposto no artigo 24.º n.º 1 do Código da Estrada aplicável.

  4. Mesmo que se admitisse que o apelante imprimiu ao veículo por si conduzido velocidade excessiva, não ficou demonstrado que tal conduta se deveu à taxa de alcoolemia apresentada.

  5. Para que a autora tivesse direito a ser indemnizada nos termos do disposto na al. c) do artigo 19.º do Decreto - Lei n.º 522/85, de 13-12, teria de ter alegado e provado, em termos concretos, o nexo causal entre a condução do réu sobre o efeito de álcool e a produção do acidente.

  6. Não foi, porém, feita qualquer prova quanto ao necessário nexo causal entre a conduta do réu na produção do acidente e o facto de apresentar taxa de álcool no sangue.

  7. Dar apenas como provado que foi o veículo conduzido pelo réu que embateu no que seguia imediatamente à sua...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT