Acórdão nº 0230401 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 14 de Março de 2002 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelLEONEL SERÔDIO
Data da Resolução14 de Março de 2002
EmissorCourt of Appeal of Porto (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação do Porto ARMINDA ............ intentou, no Tribunal Judicial de ..............., acção declarativa, com processo sumário, contra JOSÉ ............, pedindo: - se declare e condene o R. a reconhecê-la como proprietária e possuidora do prédio urbano identificado no art. 1° da p.i., com o consequente direito de a ele aceder, por todas as suas entradas, a pé ou de carro, pelo caminho identificado no artigo 3º da petição que dá acesso ao portão; - se restitua ou mantenha a sua posse, com a consequente remoção de quaisquer obstáculos, nomeadamente a rede de arame que foi colocada na frente dessa entrada; - se condene o R. a abster-se, no futuro, de impedir ou limitar por qualquer forma esse acesso ao prédio da A; - e a pagar-lhe uma indemnização no montante de 700 000$00 a título de danos patrimoniais e não patrimoniais.

Alega, em suma, que é comproprietária do prédio identificado no artigo 1º da petição, invocando a seu favor e dos demais comproprietários o registo na C.R.P. e ainda que o adquiriram por usucapião. Ter acesso a esse prédio por um caminho situado a nascente/norte, para o qual tinha uma abertura no seu muro com a largura de 1 m que alargou para 3 m, após licença da Câmara Municipal e nela colocou um portão.

Alega também que os RR. taparam a referida entrada com cinco esteios e com rede, impedindo o acesso ao prédio por essa entrada, causando-lhe danos.

Alega ainda que o referido caminho é público (artigos 13º, 14º, 35º e 36º), mas no artigo 32º alega factos tendentes a demonstrar que adquiriu por usucapião um direito de servidão de passagem sobre o referido caminho a favor do seu prédio.

Os RR. contestaram, alegando que o leito do referido caminho é deles, fazendo parte integrante do seu prédio.

  1. respondeu, mantendo a posição assumida na petição.

Findos os articulados, foi proferido despacho saneador que julgou inepta a petição e consequentemente absolveu os RR. da instância.

A A. agravou, pedindo que se revogue o despacho recorrido e que se ordene o prosseguimento do processo.

Os RR. não contra-alegaram Cumpre decidir.

A única questão a decidir é a de saber se a petição é ou não inepta.

Sobre a questão dispõe o artigo 193º do Código Processo Civil: "2 - Diz-se inepta a petição: a) Quando falte ou seja ininteligível a indicação do pedido ou da causa de pedir; b) Quando o pedido esteja em contradição com a causa de pedir; c) Quando se cumulem causas de pedir ou pedidos substancialmente...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT