Acórdão nº 169/06.0TBAGN-A.C1 de Court of Appeal of Coimbra (Portugal), 14 de Julho de 2010

Magistrado ResponsávelREGINA ROSA
Data da Resolução14 de Julho de 2010
EmissorCourt of Appeal of Coimbra (Portugal)

ACORDAM NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE COIMBRA I- RELATÓRIO I.1- Na acção declarativa de condenação sob a forma ordinária que correu termos no Tribunal de Arganil sob o nº169/06.0TBAGN, intentada por «A...

, Ldª», com sede em ..., contra «B...

», sociedade comercial com sede em ..., foi proferida sentença, transitada em julgado, que, julgando a acção procedente, declarou resolvido o contrato de compra e venda celebrado entre a A. e a Re, e, em consequência, condenou a Ré a restituir á A. o montante de 86.786,20 €, devendo a primeira aceitar a devolução de uma máquina, condenando-se ainda a Ré a pagar à A., a título de indemnização pelos danos patrimoniais sofridos, o valor global de 31.127,04 €, a que acrescem os juros moratórios comerciais, contados sobre as mencionadas importâncias, desde a citação até integral cumprimento.

Em 1.9.09, interpôs a Ré recurso extraordinário de revisão daquela sentença, invocando falta de citação ou nulidade da mesma, com este resumido fundamento: em 28 de Abril de 2006, a ora Recorrida “ A...” intentou uma acção declarativa contra a aqui recorrente, que foi distribuída com o nº169/06.0TBAGN; foi pedida a citação da ora Recorrente nos termos do Regulamento CE 1348/2000; a entidade belga que estava a tratar de efectuar a citação da aqui recorrente lavrou ainda um documento que consta de fls.87-88, onde menciona ter notificado a recorrente do facto de que, de acordo com o artº8 do citado Regulamento, tem o direito de recusar este acto, caso não seja estabelecido em neerlandês ou não for acompanhada de um tradução declarada conforme nesta língua; apesar do supra consignado, o tribunal veio a considerar como regularmente citada a aqui recorrente no âmbito dos autos mencionados, o que aí originou a falta de contestação da Ré e a consideração de todos os factos alegados pela A. como assentes; por isso a acção foi julgada provada e procedente, prolatando-se sentença em conformidade; a recorrente não teve qualquer intervenção no processo, ficando a aguardar pela recepção da citação; no dia 6 de Abril de 2009, a recorrente foi surpreendida ao ser notificada de uma certidão de título executivo europeu e relativa à decisão proferida nos autos de que estes são apenso; só nessa data, a aqui recorrente teve conhecimento de que tinha sido proferida contra si a referida sentença e que tinha sido considerada regularmente citada; a cidade de Nieuwpoort, sede da recorrente, pertence à zona da Flandres e a língua oficial nesse local é a língua neerlandesa.

Conclui dizendo que houve falta de citação ou, caso assim não se entenda, a citação é nula nos termos do artº198º/1...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT