Acórdão nº 7712/05.0TBBRG.G2 de Tribunal da Relação de Guimarães, 16 de Fevereiro de 2012

Magistrado ResponsávelANTERO VEIGA
Data da Resolução16 de Fevereiro de 2012
EmissorTribunal da Relação de Guimarães

Acordam na 1ª Secção cível do Tribunal da Relação de Guimarães.

João instaurou a presente ação com processo ordinário contra António, Sara, José e Adélia, peticionando que seja reconhecido o autor como dono e legítimo possuidor do prédio que identifica e titular do direito de preferência sobre o prédio negociado entre os réus, por forma a haver para si esse imóvel.

Em síntese, alegou que é proprietário de um prédio confinante com o prédio que os primeiros réus venderam aos segundos, o qual beneficia de um direito de preferência legal, pois que, para além de confinantes, ambos possuem uma área inferior à unidade de cultura, sendo que nunca lhe foi dado conhecimento de tal venda.

Devidamente citados, os réus contestaram, negando a existência de um direito legal de preferência e alegando que o autor sabia perfeitamente do negócio realizado, tendo sempre dito que não pretendia comprar tal prédio. Mais referiram que o preço da vendo do imóvel foi superior ao constante da escritura pública, algo que o autor também bem sabia.

Deduziram ainda os réus José e Adélia pedido reconvencional, solicitando que, caso a ação tenha procedência, o autor seja condenado a pagar-lhes uma quantia de 8.663,64€, a título de benfeitorias e despesas pagas com a escritura aqui em causa.

Replicou o autor, propugnado pela improcedência do pedido reconvencional.

Realizado o julgamento a Mmo juiz respondeu à matéria constante da base instrutória e proferiu sentença nos seguintes termos: Em consonância com o exposto, decide-se julgar a presente ação procedente e parcialmente procedente a reconvenção e, em consequência: - reconhecer o autor como dono e legítimo possuidor do prédio composto de cultura e fruteiras, sito no lugar do O…, freguesia de Oliveira…, com a área de 11.326m2, confrontando de Norte com caminho de consortes e EN n.º 302, Sul com caminho de servidão e herdeiros de António Fernando Pinto Marinho, Nascente com EN 302 e Poente com Abel Martins e Sara Pinto, descrito na Conservatória de Registo Predial de Braga sob o n.º 002…, bem assim que o mesmo é titular de um direito de preferência sobre o prédio rústico de cultura e ramada, sito no lugar de O…, freguesia de Priscos, concelho de Braga, descrito na 2.ª Conservatória de Registo Predial sob o número 7… e inscrito na matriz sob o art.º4, nomeadamente sobre a venda efetuada pelos réus António e Sara aos réus José e Adélia Silva, pelo preço de €22.500.

- condenar o autor a pagar aos réus José e Adélia a quantia que se vier a liquidar, correspondente ao aumento do valor do prédio ora objeto de preferência decorrente da colocação de arreostas e ferros na ramada existente, reparação do sistema de rega, plantação de videiras e reparação do caminho.

- Absolver o autor do demais peticionado em via reconvencional…”.

Decidida a ação neste tribunal, revogando a de primeira instância, veio esta a ser revogada pelo V. STJ, repondo a de primeira instância e remetendo os autos a esta relação para apreciação do recurso subordinado.

Conclusões do recurso subordinado do autor: 1 – O preço constante da escritura de compra e venda do prédio objeto do Direito de Preferência é de € 7500,00.

2 – O teor da escritura foi dado como provado na matéria assente (alínea A) Mas, 3 – Na resposta á matéria do quesito 15.º o Senhor Juiz considerou provado ser o preço real da venda de € 22.500,00, e 4 – na Sentença acabou por reconhecer o Direito de Preferência ao Autor na compra do Prédio, pelo preço de € 22.500,00, e não pelo preço de €7.500,00 conforme o declarado na...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT