Acórdão nº 1502/07-2 de Tribunal da Relação de Guimarães, 12 de Julho de 2007

Magistrado ResponsávelESPINHEIRA BALTAR
Data da Resolução12 de Julho de 2007
EmissorTribunal da Relação de Guimarães

Acordam em conferência na Relação de Guimarães: A domiciliada em Portugal, requereu, pela Secretaria do Tribunal Judicial da Comarca de Guimarães, procedimento de injunção contra B, domiciliada na Alemanha, alegando ter vendido a esta produtos do seu comércio, cujo preço a compradora não pagou. Juntou subsequentemente as facturas atinentes à alegada venda.

Notificada a requerida, deduziu esta a incompetência internacional do tribunal, pois que, a seu ver, o pedido de pagamento em causa teria que ser apresentado perante os tribunais alemães. Alegou, por outro lado, que a requerente não lhe vendeu nem a requerida comprou os produtos a que alude a primeira, de sorte que pagamento algum é devido. Impugnou as facturas juntas pela requerente, que qualificou de falsas.

Os autos vieram a ser distribuídos, seguindo seus termos processuais.

Foi levada a cabo uma audiência preliminar, na qual a requerente respondeu à excepção da incompetência, sendo depois, atinentemente, proferida a seguinte decisão: “O tribunal é internacionalmente competente, atento o disposto no artº 65º, nº 1, alínea c) do CPC”.

Foi dada sequência aos autos, sendo organizada base instrutória, que teve por objecto os factos controvertidos tendentes a saber se entre as partes foi ou não celebrado o contrato de compra e venda aludido pela requerente.

Inconformada com o decidido quanto à arguida incompetência internacional, agrava a ré.

Da respectiva alegação extrai as seguintes conclusões: 1ª - Tendo sido posta em causa a própria existência de qualquer contrato entre a Autora e a Ré não podia o Mmo. Juiz pronunciar-se sobre a competência do Tribunal antes de ser feita a prova.

  1. - Por isso mesmo o Mmo. Juiz quesitou a factualidade sobre a existência ou não do contrato (quesitos 1° a 3° e 5° da Base Instrutória) 3ª - Houve assim conhecimento da competência do Tribunal antes de ser feita a prova, o que constitui a nulidade da alínea d) 28 parte do nº 1 do Artigo 668° do C.P.C., que aqui se argúi.

  2. - O Mmo. Juiz ignorou a existência das normas de competência comunitária do Regulamento CE 44/2001 e aplicou erradamente ao caso o Artigo 65° n.01 c) do C.P.C.

  3. - Este facto além de violar a disposição expressa do Artigo 3° do Regulamento referido, violou também o Artigo 8° da Constituição da República Portuguesa.

  4. - O devedor, neste caso, deveria ter sido demandado no seu domicílio em Mainhausen na Alemanha, por força do Artigo 2° do Regulamento CE 44/2001, já que é inaplicável ao caso...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT