Acórdão nº 3224/13.7TBVCT.G1 de Tribunal da Relação de Guimarães, 26 de Novembro de 2015

Magistrado ResponsávelANA CRISTINA DUARTE
Data da Resolução26 de Novembro de 2015
EmissorTribunal da Relação de Guimarães

Acordam no Tribunal da Relação de Guimarães I. RELATÓRIO L… deduziu ação declarativa contra M… e mulher R… e M… pedindo que se declare que o autor é dono e legítimo proprietário do prédio identificado no artigo 1.º da petição inicial e que lhe assiste o direito de preferência invocado, devendo adjudicar-se ao autor, em substituição da 2.ª ré, os prédios rústicos identificados nas alíneas a) e b) do artigo 13.º da petição inicial e que foram objeto do contrato de compra e venda, mediante o pagamento da quantia a depositar de € 1216,33, ordenando-se o cancelamento dos registos que tenham sido eventualmente feitos com base no título de compra e venda.

O autor juntou comprovativo do depósito.

Contestou M…, por exceção, invocando a ilegitimidade ativa do autor, por estar desacompanhado da sua mulher e por impugnação, alegando que o negócio foi previamente comunicado ao autor e sua mulher que comunicaram que renunciavam ao mesmo, incorrendo, assim, em abuso de direito. Mais alega que um dos prédios não confina com o prédio do autor e que os três prédios por si adquiridos formavam uma exploração agrícola de tipo familiar, pelo que não podem ser objeto de preferência por parte de confinantes.

Suscitou o incidente de oposição provocada de F… proprietário de prédios que confinam pelo sul com os prédios por si adquiridos e que preenche os requisitos legais de que depende o exercício do direito de preferência, que não foi admitido, após os autores terem pugnado pelo seu indeferimento.

Teve lugar a audiência prévia, onde se julgou improcedente a exceção de ilegitimidade ativa.

Fixado o objeto do litígio e os temas da prova, teve lugar a audiência de julgamento, com inspeção ao local, após o que foi proferida sentença, cujo teor decisório é o seguinte: “Pelo exposto, o tribunal julga a presente acção parcialmente procedente e, em consequência: - Declara que o Autor é dono e legítimo proprietário do prédio rústico composto por uma leira de lavradio, sito no lugar de…, concelho de Viana do Castelo, inscrito na matriz respectiva sob o artigo…, correspondente ao artigo rústico… da extinta freguesia de …; - Declara que ao Autor assiste o direito de preferência invocado, quanto ao prédio descrito no artigo 13º, alínea a) da petição inicial; - Adjudica ao Autor, em substituição da segunda ré o prédio rústico identificado na alínea a) do artigo 13º da petição inicial – leira de lavradio, sita no lugar de…, com a área de 270 m², inscrita na matriz predial respectiva sob o artigo…, ao qual corresponde presentemente o artigo … da União de Freguesias de… – mediante o pagamento da quantia de € 716,33 (setecentos e dezasseis euros e trinta e três cêntimos), sendo € 500,00 relativa ao preço ajustado para a venda do imóvel, € 50,00 (cinquenta euros) referentes ao Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis, € 8,00 (oito euros), a título de Imposto do Selo, e € 158,33 (cento e cinquenta e oito euros e trinta e três cêntimos), relativo ao custo do contrato de compra e venda; - Ordena-se o cancelamento do registo que tenha sido eventualmente feito com base no título de compra e venda (prédio com o artigo 2213º) Absolvem-se os réus dos pedidos formulados quanto ao prédio identificado no artigo 13º, alínea b) da petição inicial” Discordando da sentença, dela interpôs recurso o autor, tendo finalizado a sua alegação com as seguintes Conclusões: A) Com a presente acção o autor pretende exercer o direito de preferência relativamente à venda dos prédios inscritos na matriz predial rústica da União de Freguesias … sob...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT