Acórdão nº 01581/13 de Supremo Tribunal Administrativo (Portugal), 06 de Maio de 2015

Magistrado ResponsávelCASIMIRO GON
Data da Resolução06 de Maio de 2015
EmissorSupremo Tribunal Administrativo (Portugal)

Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: RELATÓRIO 1.1. A…………….., com os demais sinais dos autos, recorre, invocando o disposto no nº 5 do art. 280º do CPPT, da sentença que, proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, julgou improcedente a oposição que deduzira contra a execução fiscal nº 1805201101217666, contra si instaurada para cobrança coerciva de créditos emergentes de taxa de portagem, coima e custos administrativos liquidados pelo Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias, I.P., (INIR), no montante global de 375,24 Euros e acrescendo juros de mora.

1.2. No requerimento de interposição do recurso invocou duas questões sobre as quais entende existir oposição entre a sentença recorrida e as indicadas decisões de 1ª instância: - Nos presentes autos o Tribunal a quo não apreciou a excepção da incompetência territorial para decidir a oposição à execução fiscal ao contrário do que se verificou nos invocados processos (que enumerou e identificou) que correram termos no TAF do Porto.

- Nos presentes autos o Tribunal a quo também não apreciou a questão da prescrição da dívida exequenda, questão que é de conhecimento oficioso (art. 175º do CPPT) e constitui fundamento de oposição à luz do disposto na al. d) do nº 1 do art. 204º do mesmo CPPT, ao contrário do entendimento seguido pelo Tribunal Tributário de Lisboa, no processo nº 819/12.0BEPRT, 4ª UO que ali correu termos.

1.3. E admitido que foi o recurso e notificado para alegar, o recorrente termina as alegações formulando as conclusões seguintes: I – DAS DECISÕES QUE PERFILHEM SOLUÇÃO OPOSTA RELATIVAMENTE AO MESMO FUNDAMENTO DE DIREITO (Cfr. art. 280º, nº 5, do CPPT).

  1. - O Tribunal "A Quo" é incompetente em razão do território para decidir a matéria dos presentes Autos.

  2. - Tal situação, consubstancia uma excepção dilatória, e não devia o Tribunal de 1ª Instância ter apreciado o pedido, importando sim, a remessa dos Autos ao Tribunal competente, que neste caso é o Tribunal Tributário de Lisboa.

  3. - De facto, face às disposições conjugadas (dos arts. 12°, n° 1, 150° e 151°, n° 1 do CPPT), a competência para decidir da oposição à execução fiscal pertence ao Tribunal Tributário de 1ª instância onde correr a execução fiscal, isto é, ao Tribunal da área do órgão de execução fiscal e, atento o disposto no art. 17°-A da Lei n° 25/2006, na redacção anterior às alterações operadas pela Lei n° 64-B/2011, de 30/12 (OE para 2012), é o INIR (com sede em Lisboa).

  4. - Neste Processo não foi apreciada esta excepção de incompetência territorial, ao contrário dos Processos 825/12.4BEPRT, U.O 4, 820/12.3BEPRT, U.O 3, 811/12.4BEPRT, U.O 4, 814/12.9BEPRT, U.O 4, 801/12.7BEPRT, U.O 3 799/12.1BEPRT, U.O 4, 821/12.1BEPRT, U.O 3, 823/12.8BEPRT, U.O 4, 793/12.2BEPRT, U.O 3, 809/12.2BEPRT, U.O 3, 819/12.0BEPRT, U.O 4, 813/12BEPRT, 824/12.6BEPRT, U.O 3, todos que correram termos no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, com o mesmo tipo de factos e intervenientes, tendo os Processos sido remetidos para o Tribunal Tributário de Lisboa.

  5. - Pelo que, devia o Tribunal "A Quo" ter declarado incompetência relativa, em razão do território.

  6. - E a consequente remessa do Processo para o Tribunal Tributário de Lisboa (cfr. art. 18°, n° 1 do C.P.P.T), dando-se procedente por provada a excepção de incompetência territorial invocada.

    SEM PRESCINDIR II – E AINDA, DAS DECISÕES QUE PERFILHEM SOLUÇÃO OPOSTA RELATIVAMENTE AO MESMO FUNDAMENTO DE DIREITO (CFR. ART. 280º, Nº 5, DO CPPT).

  7. - Existe ainda nos presentes Autos, uma excepção de prescrição da dívida exequenda.

  8. - Tal excepção é de conhecimento oficioso, e a proceder extingue a execução, sendo um dos seus fundamentos em sede de oposição (artigos 204°, n° 1, alínea d) e 175° do C.P.P.T).

  9. - De facto, a infracção em causa ocorreu em 2009, pelo que ''in casu" é aplicável o regime da lei n° 25/2006 de 30/06, na redacção anterior à que lhe foi conferida pela Lei n° 55-A/2010 de 31/12.

  10. - Assim, dispunha o artigo 16°-B da lei n° 25/2006 de 30 de Junho, na redacção que lhe foi introduzida pela lei n° 67-A/2007 de 31/12, que "as coimas e sanções acessórias previstas na presente lei prescrevem no prazo de dois anos".

  11. - Não se verificou nenhuma causa de interrupção ou de suspensão do prazo de prescrição da coima, aliás, a execução material da coima não foi sequer iniciada.

  12. - O Tribunal "A Quo" não apreciou esta excepção de prescrição, ao contrário do Tribunal Tributário de Lisboa, Processo n° 819/12.0BEPRT, 4ª U.O, com o mesmo tipo de factos e intervenientes, tendo sido o agora Recorrente absolvido da instância executiva.

  13. - Pelo que, deve o Recorrente ser absolvido da instância executiva, dando-se procedente por provada a excepção de prescrição invocada.

    Termina pedindo que a decisão do Tribunal de 1ª instância seja alterada, conduzindo à:

    1. Declaração de incompetência relativa, em razão do território, do Tribunal "A Quo", B) Consequente remessa do Processo para o Tribunal Tributário de Lisboa (cfr. art. 18°, n° 1 do C.P.P.T), dando-se procedente por provada a excepção de incompetência territorial, ou caso assim não se entenda, e sem prescindir, C) Absolvição da instância executiva do agora Recorrente, dando-se procedente por provada a excepção de prescrição invocada.

    1.4. Não foram apresentadas contra-alegações.

    1.5. O MP emite Parecer nos termos seguintes: «Recurso interposto por A……………. no processo em que deduziu oposição à execução movida pelo INIR: O recurso interposto é relativo à sentença proferida na oposição apresentada ao processo de execução por...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT