Acórdão nº 07B771 de Supremo Tribunal de Justiça (Portugal), 26 de Abril de 2007

Magistrado ResponsávelBETTENCOURT DE FARIA
Data da Resolução26 de Abril de 2007
EmissorSupremo Tribunal de Justiça (Portugal)

Acordam no Supremo Tribunal de Justiça I O Município da Marinha Grande moveu a presente acção contra Empresa-A pedindo que se declarasse resolvido com eficácia retroactiva o contrato de compra e venda, pelo qual cedeu à ré determinado terreno, julgando-se para efeito inobservada a respectiva condição resolutiva - início duma construção no prazo de 18 meses, após aprovação do seu projecto - . Mais pede que se reconheça a propriedade da autora sobre esse terreno e se condene a ré a restituir-lhe a sua posse.

A ré contestou.

O processo seguiu os seus trâmites e, feito o julgamento, foi proferida sentença que julgou a acção procedente e condenou a ré no pedido.

Apelou esta, tendo o Tribunal da Relação concedido a apelação e revogado a sentença sob recurso.

Recorre agora o Município da Marinha Grande, o qual, nas suas alegações de recurso, apresenta as seguintes conclusões: 1. Recorrente e recorrida celebraram um contrato de compra e venda estabelecendo condições resolutivas do mesmo, entre as quais um prazo para o início de construção das obras, após a aprovação do respectivo projecto de construção.

  1. Fizeram-no ao abrigo da liberdade contratual de que ambas gozam enquanto contratantes num negócio de natureza integralmente privatística.

  2. Não se verifica um afastamento ou incumprimento das normas previstas no DL 445/91, nomeadamente do artº 23º desse diploma, porquanto esse estabelece um regime de caducidade do alvará de construção que em nada se confunde ou conflitua com a estipulação da condição resolutiva do contrato de compra e venda celebrado.

  3. A recorrida não actuou com a celeridade e diligência exigidas para cumprir o prazo estipulado para o início das obras em causa, o qual, caso assim tivesse actuado, seria aliás superior ao prazo de caducidade da licença de construção previsto no artº 23º do DL 445/91.

  4. Deve-se julgar válida a cláusula contratual em causa.

  5. Mostra-se incumprido o prazo para o início das obras nela estipulado.

Corridos os vistos legais, cumpre decidir.

II Nos termos do artº 713º nº 6 do C. P. Civil, consignam-se os factos dados por assentes pelas instâncias remetendo para o que consta de fls. 383 a 386.

III Apreciando O artº 23º nº 1 do DL 445/91 de 20.11, na redacção que lhe foi conferida pelo DL 250/94 de 15.00, determina que o a licença de construção caduca se as obras não forem iniciadas no prazo de 15 meses a contar da data de emissão do respectivo alvará.

No caso dos autos esse alvará foi emitido em...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT