Acórdão nº 11191/2008-6 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 05 de Março de 2009

Magistrado ResponsávelMANUELA GOMES
Data da Resolução05 de Março de 2009
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação de Lisboa: 1.

Na execução para pagamento de quantia certa que o B, SA, com sede em Lisboa, intentou, 3.07.98, contra G, Lda, F e M esta já falecida, realizadas diligências várias com vista à penhora de bens dos executados, bens que o exequente oportunamente indicou, e perante o sucessivo inêxito das penhoras ou o insignificante valor dos bens penhorados, veio o exequente requerer que fosse ordenada a remessa dos autos à conta, "com custas a cargo dos Executados, uma vez que foram os mesmos quem deu causa à Acção" e "...a Exequente desconhece, sem culpa sua, a existência de bens penhoráveis" (fls.339 e seg).

Sobre este requerimento veio a recair, na parte que interessa, despacho a ordenar a remessa dos autos à conta com custas a cargo da Exequente, fundado basicamente no entendimento de que, nos casos de inutilidade superveniente da lide, as custas só devem ficar a cargo dos executados, quando o património que servia de garantia aos credores/exequentes tiver deixado de existir, depois de instaurada a execução, por razões estranhas ou não imputáveis ao exequente, o que no caso não tinha acontecido (fls. 344 e 345).

Dizendo-se inconformado com o assim decidido, agravou a Exequente.

Alegou e, no final, formulou, em síntese, as seguintes conclusões: - Por requerimento de 17 de Julho de 2008, o Exequente e ora Agravante referiu que, apesar das diligências efectuados, quer pelo Tribunal, quer pelo Exequente, não conseguiu obter qualquer informação acerca de quaisquer bens penhoráveis aos Executados, tendo, por isso, requerido a remessa dos autos à conta, com custos o cargo dos Executados, uma vez que foram os mesmos que deram causo à referido acção.

- Surpreendentemente, o Tribunal a quo remeteu os autos à conta com custas pelo Exequente e ora Agravante, alegando que "( ... )para que a lide se torne inútil em momento superveniente, o património que serve de garantia aos credores (exequentes) (art. 601º do CC), teria de ter deixado de existir, depois de instaurado o execução, por razões estranhas ou não imputáveis ao exequente( ... )". além do mais, "( ... ) foi o exequente que deu causo à acção executiva, por isso é ela que deve suportar as despesas da execução no coso em apreciação( ... ).

- Contudo. a situação que se verifica nos presentes autos é, precisamente, a de a Exequente e ora Agravante, ter indicado bens à penhora e de ter promovido as necessárias diligências para o efeito, mas tendo-se estas gorado e não...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT