Acórdão nº 4722/2008-6 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 20 de Novembro de 2008

Magistrado ResponsávelMANUEL GONÇALVES
Data da Resolução20 de Novembro de 2008
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação de Lisboa: C SA, intentou acção sob a forma sumária, contra P, pedindo a condenação deste, no pagamento da quantia de 8.837,67 euros, acrescida de juros.

Para o efeito, alega em síntese o seguinte: Celebrou contrato de seguro destinado a garantir a responsabilidade civil emergente da circulação do veículo de matrícula BB.

Em 31.10.2001, o veículo conduzido pelo R. BB, embateu na traseira do ME, que se encontrava parado à sua frente, que por sua vez, foi projectado para a frente, embatendo na traseira do QF.

O R. condizia sem prestar atenção aos restantes veículos e sob a influência do álcool, acusando uma TAS de 1,18 gl.

Pelos danos causados no ME, a A. pagou a quantia de 4.588,94 euros e ainda 399,04 Pelos danos causados no QF, pagou 2.974,53 euros e ainda 269,53 euros.

Feitos os pagamentos, ficou a A. com direito de regresso sobre o R.

Contestou o R. (fol. 58), dizendo em síntese o seguinte: O que aconteceu, foi o embate por parte do R., na traseira de um veículo parado, numa fila de trânsito, numa curva, sem que tal fosse previsível.

O R. acusou a taxa de alcoolémia de 0,96 gr.

Não foi a TAS de 0,96 a causa do acidente.

Foi proferido despacho saneador (fol. 64).

Procedeu-se a julgamento (fol. 118, 126), após o que foi proferida decisão da matéria de facto (fol. 127).

Foi proferida sentença (fol. 135), em que se julgou a acção procedente por provada e se condenou o R. a pagar à autora a quantia de 8.837,67 euros, acrescida de juros de mora desde a citação.

Inconformado recorreu o R. (fol. 147), recurso que foi admitido como apelação (fol. 148).

Nas alegações que apresentou, formula o apelante, as seguintes conclusões: 1- A sentença recorrida aplicou erroneamente o disposto no art. 19 al c) DL 522 de 31/12, violando o acórdão uniformizador de jurisprudência nº 6/02 DR nº 164 série I-A de 18.07.2002 «a alínea c) do art. 19º do DL 522/85 de 31.12, exige para a procedência do direito de regresso contra o condutor por ter agido sob influência do álcool o ónus da prova pela seguradora do nexo de causalidade adequada entre a condução sob o efeito do álcool e o acidente».

2- Não foi provado o nexo de causalidade adequada entre a TAS de 0,96 e o acidente.

3- O recorrente reagiu na plenitude dos seus reflexos, ao efectuar uma travagem de cerca de 39 metros.

4- No processo existem elementos de facto que deveriam ter determinado a absolvição do requerente.

5- A matéria dada como provada não estabeleceu o nexo de causalidade entre a TAS 0,96, a velocidade, a travagem de 39,20 metros e o acidente, o qual, mesmo embatendo ainda demonstrou reflexos pois o veículo não ficou imobilizado, tendo como resultou dos depoimentos, o requerente, pelo seu próprio pé, caminhado para o local do acidente para prestar assistência, o que é ignorado na sentença recorrida.

Contra alegou a apelada, sustentando a manutenção da sentença.

Corridos os vistos legais, há que apreciar e decidir.

FUNDAMENTAÇÃO: É a seguinte, a matéria de facto, considerada assente: 1- No âmbito da sua actividade, a autora celebrou com O, um contrato de seguro no ramo automóvel, titulado pela apólice nº, destinado a...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT