Acórdão nº 0057226 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 17 de Junho de 1993

Data17 Junho 1993
ÓrgãoCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação de Lisboa: 1 - (A) intentou acção declarativa com processo ordinário, no Tribunal Judicial de Almada, contra Serra, Cunha e Serra, Lda., pedindo que, em execução específica do contrato-promessa de compra e venda celebrado entre ambos em 24/11/80 e titulado pelo documento fotocopiado a folhas 12/14, fosse proferida sentença que produzisse os efeitos da declaração negocial da Ré faltosa, condenando-se, esta, ainda, a entregar-lhe "o montante do débito garantido pelas hipotecas, demais encargos e respectivos juros", "mas descontado da parte do preço que deveria ser prestada no acto da escritura". Alegou, para tanto, que a Ré não lhe entregou os prédios, prontos a habitar, nas datas acordadas, não os libertou das hipotecas e de uma penhora, nem cumpriu a obrigação assumida "quanto à celebração da escritura de compra e venda, cujo prazo peremptório não foi por ela respeitado". 2 - A Ré, citada editalmente, não contestou. Efectuado o julgamento, foi proferida sentença a decretar a improcedência da acção, por inexistência de mora da promitente-vendedora. 3 - Inconformada com essa decisão, dela apelou o Autor, pugnando pela sua revogação, tendo culminado a alegação de recurso com estas conclusões: I - A Ré, promitente-vendedora, não cumpriu a obrigação, que assumiu no contrato-promessa, de entregar ao Autor, dentro de certo prazo, os imóveis, completamente prontos a habitar. II - "Este não cumprimento prejudicou e inquinou" todas as subsequentes obrigações assumidas pela Ré, "maxime as de marcação e outorga na escritura", pois esta "não podia ser lavrada sem que a R. tivesse cumprido aquela outra obrigação". III - Existe, assim, "mora da promitente-vendedor, que é fundamento para a execução específica pretendida", pelo que a "sentença recorrida violou os artigos 442 e 830 ns. 1 e 4 do Código Civil". Colhidos os vistos, cumpre decidir. 4 - Eis a matéria fáctica assenta, que serviu de suporte à sentença impugnada: a) - Encontra-se inscrita a favor da Ré, na segunda Conservatória do Registo Predial de Almada, a propriedade dos seguintes prédios: rústico, sito no Alto (K), freguesia do Laranjeiro, com um edifício de r/c e 5 pisos e a área de 807,8 m2, descrito naquela Conservatória sob o n. 25208, a folhas 118 do livro-B/75, a que corresponde actualmente a ficha n. 00338/281085, e inscrito na competente matriz sob os artigos 8 e 9, Secção D; é rústico sito no Alto da (W), com um edifício em construção de r/c e 5 pisos e a...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT