Acórdão nº 10391/2007-2 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 18 de Janeiro de 2007

Magistrado ResponsávelANA PAULA BOULAROT
Data da Resolução18 de Janeiro de 2007
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

ACORDAM OS JUÍZES NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA I M, nos autos de separação de bens que instaurou no Tribunal de Família e Menores de … contra J, vem agravar do despacho que declarou o Tribunal incompetente em razão da matéria, apresentando as seguintes conclusões: - Nos termos do artigo 81º da lei 3/99 de 13 de Janeiro, compete aos tribunais de família julgar as acções relativas à matéria de direito da família.

- A acção de separação judicial de bens é uma acção que contempla matéria de direito da família, apesar de não estar expressamente contemplada naquele normativo, pelo que o tribunal recorrido é o competente para a julgar.

Não houve contra alegações e foi sustentado o despacho recorrido.

II A úncia questão que se põe no âmbito do presente recurso é a de saber se o Tribunal recorrido é ou não o competente para processar e julgar a acção de separação de bens proposta pela ora Agravante.

Mostram-se provados nos que à economia do recurso concerne, os seguintes factos: - A Agravante e o Agravado são casados um com o outro, teor do doc de fls 34.

- O Agravado é executado numa execução fiscal que corre termos no 1º Serviço de Finanças de (…).

- No âmbito desses autos foi efectuada a penhora da casa de morada de família e a Agravante foi citada na qualidade de cônjuge do aí executado, aqui Apelado, nos termos e para os efeitos, além do mais, do disposto no artigo 825º do CPCivil, teor de fls 35.

Vejamos.

A Agravante requereu ao Tribunal recorrido a separação de bens, isto é, o inventário para separação de meações, nos termos do normativo inserto no artigo 1404º, aplicável ex vi do disposto no artigo 1406º, nº1, alínea a) do CPCivil e por para tal haver sido citada no âmbito dos autos de execução fiscal que correm termos contra o seu cônjuge, o aqui Agravado.

Trata-se de um processo de inventário para separação de bens do casal, necessário não por os cônjuges se terem divorciado ou separado judicialmente de pessoas e bens, mas por via de uma penhora incidente sobre bens comuns.

Daqui decorre, inequivocamente, que se trata, como diz a Lei, de um...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT