Acórdão nº 4434/00 de Supremo Tribunal Administrativo (Portugal), 20 de Junho de 2002 (caso None)

Magistrado ResponsávelHelena Lopes
Data da Resolução20 de Junho de 2002
EmissorSupremo Tribunal Administrativo (Portugal)

Acordam na 2.ª Subsecção da Secção de Contencioso Administrativo do Tribunal Central Administrativo.

  1. Relatório.

    1.1. L.....

    , Assistente Administrativa Especialista, a exercer funções no Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo, Serviço Sub-Regional de Setúbal, e melhor identificada nos autos, vem interpor recurso contencioso do indeferimento tácito imputado aos Senhores MINISTROS DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE, DAS FINANÇAS, bem como ao SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, que se terá formado sobre o recurso hierárquico interposto do despacho do Vogal do Conselho Directivo do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo que, em aplicação do DL n.º 404-A/98, de 18/12, posicionou a recorrente no escalão 3, índice 280 da categoria de Assistente Administrativo Especialista.

    1.2.

    Na petição alega o seguinte: A recorrente encontrava-se provida na categoria de Oficial Administrativa Principal, 4.º escalão, índice 280, desde 26/03/96 (doc. 2). Em resultado da aplicação do novo regime das carreiras da função pública, aprovado pelo DL n.º 404-A/98, de 18/12, a recorrente transitou, em 1/01/98, para a categoria de Assistente Administrativo Especialista, escalão 3, índice 285 (doc. 2).

    Verifica-se, por exemplo, que outros colegas promovidos à categoria de Oficial Administrativo Principal, designadamente em 1997 e 1998, ou seja, posteriormente à promoção da recorrente à referida categoria, vieram a transitar, em resultado da aplicação do novo regime de carreiras, para o índice 305, ultrapassando a recorrente na escala indiciária, não obstante se encontrar na categoria superior há mais tempo.

    Dito de outra forma, a recorrente - que se encontrava há mais tempo na categoria de Oficial Administrativo Principal -, pela aplicação do novo regime de carreiras da função pública, transitou para a categoria de Assistente Administrativo Especialista - do índice 280 para o 285, enquanto alguns colegas - promovidos em 1997 e 1998, ou seja, há menos tempo na referida categoria -, transitaram também para a categoria de Assistente Administrativo Especialista, tendo sido colocados no índice 305 da nova escala salarial. Estão nesta situação, a título de exemplo, os seguintes: a) Adélia Costa Ribeiro Gomes da Silva; b) Adelina Maria Morais e Silva Gonçalves Pedro; c) Albertina Almeida Pereira Cardoso; d) Álvaro Joaquim de Matos Aleluia (os quais constam da lista emitida pelo CRSS de Lisboa e Vale do Tejo - doc. 3).

    Ou seja, o novo regime de carreiras cria situações de injustiça, como a da recorrente, uma vez que permite um reposicionamento distorcido.

    O disposto no n.º 4 do art.º 21.º do DL n.º 404-A/98, de 18/12, haverá de conjugar-se e estender-se por forma a que seja respeitados os princípios constitucionais da igualdade e da justiça material previstos nos artºs 13.º e 59.º n.º 1 al. a) e 266, n.º 2, todos da CRP.

    Nesta conformidade, encontram-se violados os citados princípios constitucionais, nomeadamente na sua vertente da equidade e da justiça, sendo que um acto sem equidade e equilíbrio é um acto injusto.

    Acresce que a aplicação em concreto do novo regime de carreiras da função pública à recorrente - no confronto com o que se passa relativamente aos supra...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT