Acórdão nº 7354/2004-2 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 02 de Dezembro de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelANA PAULA BOULAROT
Data da Resolução02 de Dezembro de 2004
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

ACORDAM OS JUIZES NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA I B, SA vem, por apenso aos autos de acção executiva que moveu contra A e M, requerer a habilitação de L, LDA, alegando que sem o seu consentimento os mutuários, executados nos autos, alienaram à habilitanda o prédio hipotecado a seu favor, requerimento este que veio a ser indeferido liminarmente e do qual, inconformada, agravou, apresentando as seguintes conclusões, em síntese: - A habilitação foi apresentada com fundamento no disposto nos artigos 376º e 56º do CPCivil.

- A execução poderá assim seguir directamente contra o possuidor, quer dos bens que lhe tenham sido transmitidos posteriormente à constituição da garantia, quer o terceiro possuidor tenha directamente constituído a garantia real.

Não foram apresentadas contra alegações.

II Põe-se como problema único a resolver no presente recurso o de saber se a Agravante pode ou não requerer a habilitação da proprietária inscrita do bem sobre o qual incide a hipoteca.

Mostram-se provados os seguintes factos no que à economia do recurso concerne: - A Agravante, Exequente nos autos, instaurou a presente execução contra os devedores hipotecários no dia 13 de Setembro de 2002, conforme carimbo aposto no requerimento inicial executivo cfr fls 48.

- A hipoteca do bem havia sido registada pela Agravante em 21 de Agosto de 1997, cfr teor de fls 11.

- Em 2 de Novembro de 1999 foi registada a aquisição do imóvel hipotecado a favor da habilitanda, ora Agravada.

Vejamos.

Dispõe o normativo inserto no artigo 55º, nº1 do CPCivil que «A execução tem de ser promovida contra pela pessoa que no titulo executivo figure como credor e deve ser instaurada contra a pessoa que no titulo tenha a posição de devedor.».

In casu, a execução foi movida contra os devedores hipotecários, sendo certo que poderia ter sido proposta também contra o adquirente do bem, a ora habilitanda, nos termos do nº2 do artigo 56º do mesmo compêndio normativo.

A vexata quaestio no presente recurso reside na interpretação do segmento normativo contido no nº1 daquele artigo, onde se dispõe que «Tendo...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT