Acórdão nº 6355/2004-2 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 06 de Novembro de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelANA PAULA BOULAROT
Data da Resolução06 de Novembro de 2004
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

ACORDAM OS JUIZES NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA I A, intentou contra U e MARIA, acção declarativa com processo sumário (despejo) pedindo a resolução do contrato de arrendamento do 5º andar direito do prédio sito …, e a sua condenação a entregarem-no de imediato e a pagarem-lhe as rendas e juros vencidos, bem como as rendas vincendas e juros até à efectiva restituição, alegando para o efeito e em síntese que os Réus há mais de dez anos que deixaram de ter a sua residência permanente no arrendado, o qual é habitado por pessoas estranhas, sem qualquer autorização e ainda que aqueles desde Maio de 1996 deixaram de pagar as rendas devidas.

A final foi proferida decisão a julgar a acção improcedente, da qual inconformado recorre o Autor, formulando as seguintes conclusões, em síntese: - Os Apelados não foram notificados pelo Tribunal, nem contestaram a acção.

- As testemunhas apresentadas pelo Apelante afirmaram que os Apelados ali não vivem há mais de dez anos, que no arrendado se encontra uma Maria I que nada tem a ver nem é familiar daqueles.

- O Apelante nunca recebeu qualquer renda nem a mesma foi depositada pelos Apelados.

- Os Apelados violaram o disposto no artigo 64º, nº1, alíneas a) e i) do RAU.

Não foram produzidas contra alegações.

II Põem-se como problemas a resolver no âmbito do presente recurso os de saber: a) se a ausência de contestação dos Réus, tem algum efeito cominatório; b) se o Autor logrou fazer prova dos factos constitutivos dos fundamentos de despejo.

A sentença sob recurso deu como provados os seguintes factos: - O Autor é dono da fracção autónoma designada por 5º andar G, a que correspondem as letras «KZ», do prédio urbano sito na Rua….

- A referida fracção foi adquirida pelo autor por legado deixado por sua tia Maria….

- Por contrato datado de 1 de Fevereiro de 1974, a anterior proprietária deu de arrendamento aos réus, para fim exclusivo de habitação, a fracção supra referida, pela renda de 2.000$00 mensais.

  1. A revelia dos Réus.

    Conforme resulta dos autos, os Réus foram citados editalmente, cfr fls 59 a 63, tendo sido representados nos autos pelo MP, de harmonia com o normativo inserto no artigo 15º, nº1 do CPCivil e não foi deduzida qualquer contestação.

    Em termos gerais, a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo Autor, de harmonia com o disposto no artigo 484º, nº1 do CPCivil, só que, no caso dos autos, estando os Réus numa situação de revelia absoluta por força da sua citação...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT