Acórdão nº 5356/2004-3 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 13 de Outubro de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelCARLOS DE SOUSA
Data da Resolução13 de Outubro de 2004
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

Acordam em conferência no Tribunal da Relação de Lisboa: I - No processo de instrução nº 150/02.9TABBR do 1° Juízo do T.J. da Comarca do Bombarral recorre a assistente (A) do despacho de 25/02/04 (fls. 179/181), que rejeitou o seu requerimento de abertura da instrução.

(...) * III - Colhidos os vistos, cumpre decidir.

  1. No âmbito do presente recurso - delimitado, como se sabe, no seu âmbito, pelas conclusões formuladas pelo recorrente (cfr. por todos, Simas Santos e Leal-Henriques "Recursos em Processo Penal", 3ª edição, pág. 48 e, entre muitos, os Acs. STJ de 16/11/95, BMJ 451/279, e de 31-01-96, BMJ 453/338) - a questão fulcral consiste em saber se: a) deve rejeitar-se o requerimento de instrução apresentado pela assistente (como decidiu o despacho recorrido) ? b) Se deve convidar-se a assistente a aperfeiçoar o seu requerimento (como defende o Ex.mo PGA) ? c) Ou antes, se deve admitir-se, sem mais, aquele requerimento (como pretende a recorrente ? (...) * * C) Começamos por realçar que dispõe o artº 286º, nº 1 do CPP (Finalidade e âmbito da instrução) que: « 1. A instrução visa a comprovação judicial da decisão de deduzir acusação ou de arquivar o inquérito em ordem a submeter ou não a causa a julgamento. (...) » Por sua vez, dispõe o artº 287º, do CPP (Requerimento para abertura da instrução): « 1. A abertura da instrução pode ser requerida, no prazo de 20 dias a contar da notificação da acusação ou do arquivamento: a) Pelo arguido, relativamente a factos pêlos quais o Ministério Público ou o assistente, em caso de procedimento dependente de acusação particular, tiverem deduzido acusação; b) Pelo assistente, se o procedimento não depender de acusação particular, relativamente a factos pelos quais o Ministério Público não tiver deduzido acusação.

  1. O requerimento não está sujeito a formalidades especiais, mas deve conter, em súmula, as razões de facto e de direito de discordância relativamente à acusação ou não acusação, bem como, sempre que disso for caso, a indicação dos actos de instrução que o requerente pretende que o juiz leve a cabo, dos meios de prova que não tenham sido considerados no inquérito e dos factos que, através de uns e de outros, se espera provar, sendo ainda aplicável ao requerimento do assistente o disposto no artigo 283°, nº 3, alíneas b) e c). Não podem ser indicadas mais de 20 testemunhas.

  2. O requerimento só pode ser rejeitado por extemporâneo, por incompetência do juiz ou por inadmissibilidade legal da instrução.

  3. No despacho de abertura de instrução o juiz nomeia defensor ao arguido que não tenha advogado constituído nem defensor nomeado.

  4. O despacho de abertura de instrução é notificado ao Ministério Público, ao...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT