Acórdão nº 003695 de Supremo Tribunal Administrativo (Portugal), 01 de Fevereiro de 1995 (caso None)

Magistrado ResponsávelJOAQUIM DE MATOS
Data da Resolução01 de Fevereiro de 1995
EmissorSupremo Tribunal Administrativo (Portugal)

Acordam no Supremo Tribunal de Justiça: I - A identificado a folha 2, propôs acção emergente de contrato de trabalho, sob a forma ordinária, contra "Banco Borges e Irmão, S.A., ali também identificado, alegando o que consta da sua petição inicial, aqui dada por reproduzida na integra, e acabando por pedir que a acção seja julgada procedente, por provada, e, assim, seja declarado nulo o clausulado constante da alínea e) do n. 1 da cláusula 114 do A.C.T., para o sector bancário com a consequente nulidade da sanção aplicada ao A., que sempre seria implícita, por ausência de fundamento, e, também, com a condenação do R. a pagar-lhe a quantia total de 2015051 (dois milhões e quinze mil e cinquenta e um escudos), acrescida de juros vencidos, no montante de 143410 (cento e quarenta e três mil quatrocentos e dez escudos), e vincendos, até integral pagamento. O Banco R. contestou, dizendo, designadamente, que a cláusula 114 do A.C.T.V. aplicável ao sector bancário, não é nula, ao contrário do afirmado pelo A., não tendo o mesmo direito a qualquer quantia pedida a título de indemnização, e concluindo assim, pela improcedência da acção. Oportunamente foi proferido douto saneador-sentença que, julgando a acção parcialmente procedente, declarou nula a cláusula em questão, e, em consequência, também nula a sanção aplicada ao A., condenando o R. a pagar a este a quantia global de 1326647 (um milhão e trezentos e vinte e um mil e seiscentos e quarenta e sete escudos), além de decidir que "a quantidade do subsidio de almoço será fixada após audiência de julgamento" sendo certo que, nesse domínio, se elaborou especificação e questionário. O R. recorreu do decidido para o Tribunal da Relação do Porto, o mesmo fazendo o A. na parte em que ficou vencido, ou seja, no tocante ao "pagamento do subsídio de isenção de horário de trabalho, danos não patrimoniais e juros". Ambas as partes alegaram e contra-alegaram. O Tribunal da Relação, no seu douto acórdão de 9 de Novembro de 1992, e pelas razões nele explanadas, revogou a sentença recorrida, e, em consequência, julgou a acção improcedente, absolvendo o R. do pedido. Dessa decisão recorreu o A., da revista, para este Supremo Tribunal, alegando o que contém a folhas 122 a 130 verso, com as conclusões seguintes: "1. A alínea e) do n. 1 da cláusula 114 do A.C.T.V. para o Sector Bancário, ao abrigo da qual o recorrente foi punido em 180 dias de interrupção do contrato de trabalho é ilegal e portanto nula; 2. A sanção aplicada ao recorrente é ilícita, ficando o recorrido obrigado a pagar ao recorrente tudo o que este deixou de receber durante o respectivo período de cumprimento da mesma; 3. O subsídio de alimentação, tal como é configurado nos articulados, pago em 12 meses e independentemente de trabalho efectivo, justifica a submissão a julgamento, conforme decidido na 1. Instância; 4. O direito a subsídio por isenção de horário de trabalho, posterior a 31 de Outubro de 1990, face à posição assumida pelas partes, necessita da recolha da prova para reconhecimento da sua existência ou cessação; 5. A factualidade alegada pelo recorrente nos artigos 24 a 31 da sua Petição, uma vez provados, configuram situação digna da tutela pelo Direito, conferindo-lhe o direito a indemnização por danos não patrimoniais; 6. A retribuição peticionada pelo recorrente, não é mais nem menos que a correspondente às obrigações retributivas não cumpridas pelo recorrido, a coberto da sanção disciplinar que lhe foi imposta; 7. A nulidade da sanção tem efeitos retroactivos; 8. As prestações retributivas devidas ao recorrente tinham data de vencimento fixo; 9. O recorrente tem direito a ser indemnizado, mediante o pagamento de juros legais, a contar do início de mora no cumprimento das obrigações retributivas peticionadas; 10. Na indemnização por danos não patrimoniais resultantes do facto ilícito imputado ao obrigado, há lugar ao pagamento de juros a partir da citação; 11. Caso a alínea e) não fosse nula, o que se concebe, sempre teria de haver julgamento para apreciação da licitude da sanção aplicada ao recorrente; 12. Pelo referido na conclusão anterior, o recorrido não podia ser absolvido como o acórdão determinou; 13. Tal acórdão violou, nomeadamente, os artigos 483, 496, 289, 562, 7...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT