Acórdão nº 03B4186 de Supremo Tribunal de Justiça (Portugal), 12 de Fevereiro de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelQUIRINO SOARES
Data da Resolução12 de Fevereiro de 2004
EmissorSupremo Tribunal de Justiça (Portugal)

Acordam no Supremo Tribunal de Justiça: 1. No decorrer da acção executiva que moveu a A e mulher, o Banco B, nomeou à penhora a fracção autónoma AAE, correspondente ao 12º andar D, do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Odivelas sob o nº366. A penhora foi registada, provisoriamente, em 12.3.97, e o registo passou, mais tarde, a definitivo pela apresentação 34/970603. À data do registo da penhora, a fracção estava registada em nome de C, por compra a D e marido, que, por sua vez, a tinham comprado aos referidos executados. Este C vendeu a fracção a E, que registou a aquisição em 21.10.99, sendo ele o actual titular inscrito do imóvel. Tendo sido citado, nos termos do artº119º, CRP (1), para declarar se a fracção lhe pertencia, o então titular inscrito, C, nada declarou, e, por isso, o registo foi convertido em definitivo e a execução prosseguiu sobre aquele imóvel, que veio, no final, a ser adjudicado ao exequente Banco B, por arrematação em venda judicial. Na acção em que se insere o presente recurso de revista, E pediu, contra Banco B, (então, Banco ....) que se declare o seu direito de propriedade sobre a fracção e a nulidade da aludida venda judicial. A acção obteve êxito nas instâncias, embora por diferentes fundamentos. A sentença (da 4ª Vara Cível de Lisboa) disse que a venda judicial em causa configura venda de coisa alheia, que é nula, por força do artº892º, CC (2). A Relação de Lisboa, em apelação, disse, por sua vez, que o direito do autor E deriva de um direito (o daquele que lhe vendeu a fracção) com registo anterior ao da penhora, e que, por isso, esta lhe não era oponível. O pedido de revista tem como fundamento o seguinte: o a compra e venda entre C e E é inoponível ao recorrente, quer por força do artº819º, CC, quer do artº119º, CRP, conjugado com os artº818º e 616º, CC; o a acção está sujeita a registo, nos termos do artº3º, CRP, e, apesar disso, não foi registada, o que obsta a que seja proferida qualquer decisão de mérito. 2. O imóvel disputado pertenceu aos devedores do recorrente Banco B, e foi nessa qualidade que este o nomeou à penhora no processo executivo que instaurara contra aqueles. Porém, o prédio já tinha sido vendido, e duas vezes vendido, quando a penhora foi realizada e provisoriamente registada (provisoriamente, porque não coincidia o executado com o titular inscrito). O titular inscrito foi, então, citado, nos termos do artº119º, 1, CRP, para dizer se o prédio lhe pertencia. Nada tendo...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT