Acórdão nº 05S3143 de Supremo Tribunal de Justiça (Portugal), 08 de Março de 2006

Magistrado ResponsávelFERNANDES CADILHA
Data da Resolução08 de Março de 2006
EmissorSupremo Tribunal de Justiça (Portugal)

Acordam na Secção Social do Supremo Tribunal de Justiça: 1. Relatório.

"AA" intentou a presente acção com processo ordinário emergente de contrato individual de trabalho contra os Empresa-A, invocando a nulidade da estipulação do termo no contrato de trabalho que celebrou com a ré, e requerendo, em consequência, a sua reintegração na categoria profissional correspondente por contrato de trabalho por tempo indeterminado.

Inconformada com o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que, revogando a sentença de primeira instância, julgou procedente a acção e condenou a ré a reconhecer o autor como titular de contrato de trabalho por tempo indeterminado e reintegrá-lo no seu posto de trabalho, a ré interpõe agora recurso de revista, formulando, na sua alegação, as seguintes conclusões: 1ª: A Recorrente cumpriu inteiramente o preceituado na alínea h) do artigo 41º do Decreto Lei n.º 64-A/89 de 27 de Fevereiro, no artigo 42.º do mesmo diploma citado, no n.º 1 do artigo 2.° do Decreto-Lei n.º 34/96 de 18 de Abril, no Decreto-Lei n.º 132/99 de 21 de Abril.

  1. : Do contrato constam todos os requisitos de forma exigidos no art. 42° do Decreto-Lei n° 64-A/89, de 27 de Fevereiro, ou seja, o contrato foi reduzido a escrito, assinado por ambas as partes e continha todas as indicações previstas na alínea h) do n° 1 da mesma norma.

  2. : O legislador se quisesse esclarecer o sentido da alínea h) do n.º 1 do art. 41º do DL 64 A/89, teria alterado o preceito com a Lei n.º 18/2001 de 3 de Julho e não o fez.

  3. : Ao decidir como decidiu, confirmando a sentença proferida pelo Tribunal de lª Instância, o acórdão do qual se vem recorrer violou a Lei e, em especial, o art. 9°, n° 2, do Código Civil e os artigos 41°, 42° e 46° do Regime Anexo ao Decreto-Lei n° 64-A/89, de 27 de Fevereiro.

  4. : O acórdão viola o princípio da segurança jurídica e da protecção da confiança dos cidadãos, corolário do princípio do Estado de Direito Democrático, plasmado no art. 2° da Constituição da República Portuguesa.

  5. : O acórdão em apreço confunde o requisito exigível para que alguém seja trabalhador à procura do 1° emprego maxime "nunca ter sido contratado por tempo indeterminado", com os requisitos que caracterizam as condições de exercício de certo direito in casu o direito que a ora Recorrente teria aos incentivos do Estado por participar de forma activa na política de emprego.

    5 7ª: Para satisfazer as exigências legais é bastante que se faça menção no contrato de que o trabalhador...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT