Acórdão nº 0326653 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 03 de Março de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelCÂNDIDO DE LEMOS
Data da Resolução03 de Março de 2004
EmissorCourt of Appeal of Porto (Portugal)

ACORDAM NA SECÇÃO CÍVEL DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO: No -.º Juízo do Tribunal Judicial de..... Companhia de Seguros....., S. A., com sede em Lisboa, move a presente acção com processo ordinário contra X....., residente no lugar de...., ....., pedindo a condenação deste a pagar-lhe a quantia de 3.368.624$00, acrescida de juros sobre 3.237.624$00 até integral pagamento, quantia essa que pagou a vítima de acidente de viação em que o réu foi o exclusivo culpado, sendo que na altura não era titular de carta de condução de velocípede com motor auxiliar e tripulava o seu veículo seguro matrícula ..-PNF-..-...

Contesta o réu afirmando a inexistência de culpa na eclosão do acidente e a impossibilidade de se opor à transacção feita entre autora e vítima no outro processo em que estava constituído assistente e no qual igualmente pugnava pela sua inocência.

Foi-lhe concedido o benefício de apoio judiciário consistente na total dispensa de pagamento de taxa de justiça e custas.

Foi elaborado o despacho saneador e a base instrutória, sem qualquer reclamação.

Procedeu-se a julgamento com observância do formalismo legal aplicável, merecendo os quesitos as respostas constantes de fls. 275 dos autos.

Foi então proferida sentença que julgou a acção totalmente improcedente, absolvendo o réu do pedido formulado.

Inconformada a autora apresenta este recurso de apelação e nas suas alegações formula as seguintes conclusões: 1.ª- Existe direito de regresso contra o condutor que para tal não se encontra habilitado.

  1. - O art. 19.º do DL n.º 522/85 não faz depender o exercício do direito de regresso da prova da culpa.

  2. - Existe uma presunção natural de nexo de causalidade e culpa na produção do acidente contra o condutor não habilitado.

  3. - Presume-se sem capacidade técnica, por falta de conhecimentos adquiridos na instrução que inicia o processo de habilitação quem nunca foi habilitado para conduzir, bem como nada se pode aferir da aptidão física, nem psíquica.

  4. - Tal presunção de culpa não foi ilidida pelo ora recorrido.

  5. - Conduzir sem para tal estar habilitado só por si é sancionável contravencionalmente, independentemente de daí ter advindo dano.

  6. - Ao não lançar mão de tal presunção, prevista no art. 349.º do CC foi o réu absolvido, violando-se o art. 19 c) do DL 522/85 e 483.º n.º1 do CC.

Pugna pela revogação da decisão e procedência da acção.

Colhidos os vistos legais, cumpre decidir.

Da instância vêm dados como provados os seguintes factos: 1. A...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT