Acórdão nº 0434311 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 07 de Outubro de 2004 (caso NULL)

Data07 Outubro 2004
ÓrgãoCourt of Appeal of Porto (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação do Porto: I.

B.............. e mulher C.............., intentaram a presente acção ordinária contra D.............

.

Pediram se declare nulo o testamento referido nos autos, outorgado em 11/10/99.

Como fundamento, alegaram, em síntese, que, em 11/10/99, E............ outorgou testamento no qual instituiu único herdeiro o Réu, e revogou o anterior testamento de 20/8/90 no qual tinha instituído como herdeiros os três sobrinhos, A. e R. e F.............; a testadora veio a falecer em 18/12/99; aquando da celebração deste testamento de 11/10/99, a testadora já não sabia o que fazia, e dependia do R., e já não podia manifestar a sua vontade sendo incapaz de governar a sua pessoa e bens, e fazia tudo o que lhe mandavam sem saber o que fazia, pois que estava há cerca de 2 anos acamada, não conhecia as pessoas que a visitavam ou com ela lidavam e não era capaz de fazer contas nem conhecia o dinheiro, sendo alheia ao que se passava á sua volta.

Contestou o Réu, confessando alguns factos, impugnando outros, alegando, em resumo, que a testadora teve uma trombose cerca de 8 meses antes de falecer que lhe imobilizou um membro inferior e instabilidade neurológica dos membros superiores provocando-lhe uma constante tremura das mãos, e desde então ficou acamada deslocando-se esporadicamente com a ajuda de terceiros, mas manteve as suas capacidades psíquicas conversando sem dificuldade, conhecendo o dinheiro e a sua capacidade para o contar e interessava-se pelas coisas da vida e das pessoas. Em 26/8/99 o A. e outra sobrinha levantaram dinheiro que a ela pertencia, e de novo em Setembro de 99, a mesma sobrinha fez novo levantamento de dinheiro da testadora sem o conhecimento e consentimento desta, o que a deixou abalada, razão pela qual resolveu fazer novo testamento a favor do R..

Concluiu pela improcedência da acção.

O Réu apresentou articulado superveniente alegando que o levantamento feito pela sobrinha F............. ocorreu em 20/9/99.

Os AA. não responderam.

Percorrida a tramitação normal, veio a ser proferida sentença que julgou a acção improcedente.

Discordando desta decisão, dela interpôs recurso o A., de apelação, tendo apresentado as seguintes Conclusões: 1. O Tribunal não fez uma análise crítica sobre os dois testamentos juntos com a PI; 2. Se o tivesse feito teria chegado a outras conclusões; na verdade, 3. Qualquer pessoa que está em plena posse das suas capacidades mentais, não pode confundir datas importantes da sua vida, como o serão para qualquer pessoa normal, a celebração de um testamento ou a sua revogação; 4. A testadora, ao outorgar o segundo testamento, declarou que revogava o anteriormente feito há cerca de vinte anos no Cartório Notarial de ............., quando, 5. O testamento revogado tinha sido celebrado cerca de nove anos antes no Cartório Notarial de ............... .

6. A testadora no acto de testar não estava no pleno gozo das suas faculdades porquanto, se estivesse, não podia confundir a outorga do testamento, um facto que se tinha passado há cerca de nove anos como se esse mesmo facto se...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT