Acórdão nº 0522728 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 06 de Dezembro de 2005 (caso NULL)

Data06 Dezembro 2005
ÓrgãoCourt of Appeal of Porto (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação do Porto Nas Varas de Competência Mista e Comarca de Vila Nova de Gaia, distribuída à ..ª Vara Mista, a B......... S.A., com sede na Rua ......., ...., em Vila Nova de Gaia, intentou acção declarativa comum de condenação, sob a forma ordinária, contra C........., L.da, com sede na ......., ..., Apartado ..., em Faro, pedindo que esta seja condenada a pagar-lhe a quantia de 17.640.764$00, acrescida de juros de mora, à taxa comercial, contados desde a citação até efectivo e integral pagamento, devendo entretanto - e sobre os valores das facturas - incidir ainda juros desde as datas dos seus vencimentos.

Para tanto alegou, em síntese, que no exercício da sua actividade comercial vendeu à Ré, em 1998, as mercadorias constantes das facturas que junta, no valor global de 18.797.147$00, com vencimentos em 09.08.98 (9) e 06.07.98 (1).

A Ré procedeu à devolução de mercadorias, que a A. aceitou, no valor global de 959.143$00 e que a título de desconto e bonificação, a A. concedeu à demandada créditos no valor global de 107.250$00.

De encargos bancários com descontos de aceites cambiários da Ré, que esta devia pagar, conforme combinado entre ambas, despendeu a quantia global de 241.700$50.

A Ré não pagou as facturas nas datas dos seus vencimentos, nem posteriormente, como também não pagou, até à data, aqueles encargos bancários, apesar de interpelado para os pagar. Razão de intentar a presente acção.

Regularmente citada veio a Ré a contestar alegando, em resumo, que não foram acordadas datas de vencimento e que as facturas juntas já se encontram pagas.

E deduziu reconvenção pedindo a condenação da A. a pagar-lhe a quantia de 55.000.000$00, acrescida dos respectivos juros de mora, à taxa legal, até integral pagamento.

Para tanto invoca que desde Outubro de 1985 manteve relações comerciais com a A., ao abrigo de um contrato de distribuição exclusiva, celebrado nessa altura, por via do qual lhe foi concedida a distribuição em exclusivo, para área de todo o Algarve, de toda a gama de produtos da A.

A partir de 1993 começou a ter dificuldade cada vez mais acentuada de penetração no mercado, derivada da "concorrência desleal e irregular" levada a efeito por outra empresa, no Algarve, com a tolerância e passividade da A., empresa essa que colocava os produtos B1...... no mercado a preços tão baixos que a Ré não podia acompanhar, sob pena de não lograr a menor lucratividade.

Em termos monetários houve uma diminuição de movimento comercial, de 170.000.000$00 em 1990 para 24.000.000$00 em 1998.

A Ré foi obrigada a resolver o contrato com a A. em 25.11.1998.

Invoca que foi uma sociedade criada especificamente para operar com distribuidora exclusiva da B1...... no Algarve e somente dependia disso, pelo que a concorrência levada a efeito contra si, acarretou-lhe uma diminuição de vendas superior a 80.000$00 ano, nos últimos 5 anos, ascendendo os prejuízos sofridos ao valor de 55.000.000$00, por cujo pagamento é responsável a A.

A A. replicou mantendo os factos da petição relativos às facturas e datas do seu vencimento.

E opõe-se ao pedido reconvencional por não se verificarem os requisitos legais.

Embora admita a celebração com a Ré do contrato junto aos autos, que ela apresentou, nos termos na sua cláusula 6ª, a Reconvinda, em 27.10.96, denunciou/declarou sem efeito tal contrato a partir da data do seu termo final - 31.12.1996. Desde esta última data, a A./Reconvinda continuou a fornecer à Reconvinte os seus produtos, a pedido dela, sempre tendo as partes noção que todas as relações comerciais entre elas desenvolvidas não tinham qualquer abrigo jurídico em nenhum contrato de distribuição...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT