Acórdão nº 189/10 de Tribunal Constitucional (Port, 12 de Maio de 2010

Magistrado ResponsávelCons. Carlos Fernandes Cadilha
Data da Resolução12 de Maio de 2010
EmissorTribunal Constitucional (Port

ACÓRDÃO Nº 189/2010

Proc. n.º 882/09

  1. Secção

Relator: Conselheiro Carlos Fernandes Cadilha

Acordam na 3ª Secção do Tribunal Constitucional

  1. Relatório

    1. impugnou judicialmente a decisão administrativa que o condenara na coima única de € 2.000, pela prática de quatro contra-ordenações previstas e puníveis pelos artigos 4º, n.º 1, 47º e 50º, n.º 2, do Regulamento de Publicidade do Município do Montijo (fls. 53 e seguintes), tendo o juiz do 1º Juízo do Tribunal Judicial de Montijo, por sentença de 9 de Junho de 2009 (a fls. 107 e seguintes), julgado inconstitucional o artigo 4º, n.º 1, daquele Regulamento, quando entendido que o mesmo é aplicável à afixação de publicidade em propriedade privada, e, em consequência, absolvido o arguido da prática das referidas contra-ordenações. É a seguinte a fundamentação da sentença:

    Ao arguido foi aplicada a coima única € 2.000,00, pela prática de quatro contra-ordenações p. e p. pelos art°s 4º, nº 1, 47º e 50º nº 2 do Regulamento de Publicidade do Município do Montijo.

    Dispõe o 42º, nº 1, do referido Regulamento que a afixação ou inscrição de mensagens publicitárias em bens ou espaços afectos ao domínio público, ou dele visíveis, fica sujeita a licenciamento prévio da câmara municipal.

    Por outro lado, resulta das disposições conjugadas dos artºs 47º e 50º que constitui contra-ordenação, punível com coima, a afixação ou inscrição de mensagens publicitárias quanto não tenham sido precedidas de licenciamento.

    E esse licenciamento, conforme se provou, estaria sujeito ao pagamento de taxas por parte da arguida à câmara municipal.

    Chegados a este ponto, importa que o Tribunal se pronuncie sobre a constitucionalidade das licenças e taxas de publicidade cobradas pelo Município do Montijo, quando incidentes sobre publicidade colocada em propriedade privada (como acontece nos autos).

    Conforme se explana no acórdão nº 558/98 (de 11.11.98) do Tribunal Constitucional, “É sabido que a doutrina portuguesa - que, neste particular tem tido acolhimento na jurisprudência que, a propósito, é seguida por este Tribunal - tem realçado que a diferença específica entre «imposto» e «taxa» se situa na existência ou não de um vinculo sinalagmático que é apontado à segunda. Assim, o encargo característico das «taxas» representa como que, para se utilizarem as palavras usadas no Acórdão n° 654/93 (ainda inédito) ‘o preço’ do serviço ou da prestação de um serviço ou actividade públicas ou de uma utilidade de que o tributado...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT