Relatório 12-T/2007, de 04 de Outubro de 2007

Relatório n. 12-T/2007

Relatório e contas de 2006 Relatório de gestáo

O conselho de administraçáo da BBVA Instituiçáo Financeira de Crédito, S. A., no cumprimento das suas obrigaçóes legais e estatutárias de informaçáo, vem apresentar à assembleia geral, relativamente ao exercício de 2006, o seu relatório sobre as actividades e resultados da sociedade, bem como as contas, acompanhadas do parecer fiscal único e da certificaçáo legal das contas.

Enquadramento macroeconómico

Economia internacional

O crescimento económico global em 2006 apresentou um apreciável dinamismo, ultrapassando as previsóes mais optimistas. Este crescimento aparece sustentado por uma base geográfica cada vez mais extensa e diversificada. A par da consolidaçáo da expansáo na Europa, permanece o comportamento muito positivo dos mercados emergentes. Factores como o desenvolvimento tecnológico e a globalizaçáo dos mercados e dos sistemas financeiros, favorecem este dinamismo.

Crescimento do PIB por regióes

Economia portuguesa

A economia portuguesa, embora tenha saído da recessáo de 2003, náo revela sinais de recuperaçáo sólida desde essa data. O crescimento tímido verificado em 2005 mantém-se em 2006, se bem que a forte procura externa lhe tenha imprimido maior dinamismo. Em 2006, o PIB português subiu 1,3% (taxa interanual), situando.-se muito abaixo do crescimento da zona euro, que registou um aumento de 2,6%. Pelo quinto ano consecutivo, Portugal terá uma taxa de crescimento inferior à média da zona euro, o que significa um retrocesso no processo de convergência.

PIB em Portugal e UEM

(Taxa de crescimento interanual trimestral)

(Em percentagem)

2005 2006 2007

EUA ........................................... 3,2 3,3 2,8

UEM ........................................... 1,4 2,6 2,5

América Latina .......................... 4,4 4,9 4,5

China .......................................... 9,9 10,4 9,5

Mundial ...................................... 4,9 5,0 4,7

Fonte: BBVA e Comissáo Europeia.

Apesar da expansáo económica e do aumento da procura de matérias-primas, a inflaçáo manteve-se moderada. No entanto, a incerteza associada a uma possível tensáo inflacionista por efeito da pressáo da procura e a possibilidade do aumento dos preços do petróleo se transmitir de uma forma mais acentuada ao resto da economia, levou as principais autoridades monetárias a aumentar as suas taxas de referência em 2006. Este risco atenuou.-se claramente a partir do último trimestre do ano, altura a partir da qual se assistiu a uma reduçáo generalizada do preço das matérias primas que, no caso específico do petróleo, se deveu quer à ausência de perturbaçóes climáticas importantes, quer à diminuiçáo das tensóes geopolíticas.

As expectativas para 2007 permanecem positivas, embora a magnitude do crescimento dependa, em grande medida, da forma como os países com uma economia mais dinâmica reajam à previsivelmente moderada desaceleraçáo económica dos EUA que, náo obstante, deverá crescer a uma taxa próxima do seu potencial.

O crescimento estimado para a economia da zona euro em 2006, 2,6%, superou as expectativas. Após vários anos de debilidade cíclica, a forte aceleraçáo da actividade, estimulada pelo dinamismo do comércio mundial, pelo impulso do investimento em equipamento e por alguma retoma do consumo privado, propiciou este dinamismo. Existem, aliás, razóes para crer que a recuperaçáo cíclica é sustentável e irá consolidar-se ao longo de 2007.

Por sua vez, o processo de normalizaçáo das taxas de juro deverá prosseguir, num contexto em que os dados da actividade confirmam um cenário de crescimento sustentado e em que as expectativas de inflaçáo se mantêm acima do objectivo. A taxa refi na zona euro que se situou no final do ano em 3,50%, deverá subir até 4% no primeiro semestre de 2007.

Fonte: INE, Eurostat e BBVA.

O crescimento do PIB explica-se fundamentalmente graças ao forte impulso do sector externo, contribuindo a procura interna apenas com 0,3% para o crescimento do produto.

Por componentes, a evoluçáo do consumo ao longo do ano foi relativamente modesta, registando um crescimento de 1,1% na taxa interanual, apesar da confiança dos consumidores ter evoluído favoravelmente.

Por sua vez, a evoluçáo do consumo público, com uma queda de 0,3% em 2006, denota o esforço de consolidaçáo orçamental.

O investimento é, de todas as componentes, aquela que mais tem travado o crescimento, apresentando uma queda de 1,7%. Apesar desta queda assistiu-se a um desagravamento na sua progressáo quando comparada com 2005 (- 3,8%). A maior parte deste comportamento negativo tem a sua origem na construçáo, que, no último ano, acentuou o seu ritmo de descida.

Durante o corrente ano, as exportaçóes de bens e serviços tiveram um crescimento notável, a taxas interanuais da ordem dos 8,8%, segundo dados disponibilizados pela contabilidade nacional. Grande parte do aumento das exportaçóes é explicada pelo dinamismo do comércio mundial e, em concreto, pelo bom momento que atravessa a UEM (80% das exportaçóes portuguesas têm por destino este mercado). Mas também aumentaram de forma significativa as exportaçóes de bens para mercados que náo integram a UEM, entre os quais se destaca o incremento de 27% das exportaçóes para os EUA relativamente ao ano de 2005.

Os últimos dados revelam que poderá ter sido travada a deterioraçáo da competitividade, ainda que se esteja longe dos níveis anteriores a 2000. No que diz respeito ao grau de especializaçáo, os dados da balança comercial revelam um aumento relativo das exportaçóes líquidas de bens de média-baixa tecnologia e de média-alta tecnologia em detrimento dos bens de baixa tecnologia.

As importaçóes, por seu lado, e apesar de uma procura interna deprimida, apresentaram igualmente uma aceleraçáo face a 2005, crescendo 4,3%.

O maior ritmo de crescimento das exportaçóes, aliado à reduçáo dos preços do petróleo, atenuou o défice comercial. No entanto, as necessidades de financiamento externo, expressas em percentagem do PIB, continuam elevadas, 8,7% do PIB, deteriorando.-se face ao ano anterior (- 8,1%).No que respeita ao mercado laboral, a taxa de desemprego em Portugal apresentou uma progressáo ascendente, estabilizando-se na ordem dos 7,7% em 2006, um valor superior ao do ano anterior em 0,1 p.p.

No ano em curso, a taxa de inflaçáo média situou-se em 3,1%, o que significa um aumento dos preços de quase um ponto em relaçáo ao registado em 2005. Esta situaçáo deu lugar ao ressurgimento do diferencial de preços entre Portugal e a zona euro, que se situa actual-mente um pouco acima de um ponto, após ter sido reduzido praticamente a zero em 2005.

Previsóes macroeconómicas

Banco de Portugal

2006 2007 2008

PIB ............................................. 1,2 1,8 2,1

Consumo Privado ....................... 1,2 1,5 1,7

Consumo Público ....................... - 0,2 - 0,3

FBCF .......................................... - 3,1 - 3,9

Exportaçóes ............................... 9,3 6,2 6,1

Importaçóes ............................... 4,3 3,5 4,7

Inflaçáo (IHPC) ......................... 3,0 2,3 2,4

Défice BCorrente + BCapitais

(percentagem do PIB) ............ 7,6 7,3 7,2

Fonte: Banco de Portugal, Boletim Económico de Inverno 2006.

É igualmente de esperar, para 2007, que a economia portuguesa cresça a um ritmo superior ao do corrente ano, ainda que a composiçáo desse crescimento seja distinta. No próximo ano o Banco de Portugal estima que a economia cresça a uma taxa de 1,8%. A procura externa contribuirá menos para o crescimento, o que, crê-se, será compensado por uma melhor evoluçáo da procura interna. Espera-se uma moderaçáo da inflaçáo até taxas de 2,2% em 2007. Estas previsóes implicam a anulaçáo do diferencial de inflaçáo com a zona euro após a ampliaçáo transitória observada este ano.

Síntese da actividade

O exercício de 2006 representou para os accionistas da sociedade, um ano de consolidaçáo das profundas alteraçóes iniciadas em 2005, consubstanciadas no reforço da capacidade competitiva e na expansáo do negócio na esfera da intervençáo especializada na área automóvel e pela implementaçáo das Normas de Contabilidade Ajustadas - NCAs.

O aproveitamento das sinergias operativas, o estabelecimento de novos acordos com grupo de concessionários e a dinamizaçáo de negócios multimarcas foram assumidos como prioridades estratégicas para 2006.

Estamos, todavia, conscientes de que o enquadramento competitivo em que operamos e desenvolvemos a nossa actividade é bastante complexo e dinâmico, tendo.-se mesmo traduzido por um decréscimo de 5,1% nas vendas dos veículos ligeiros. O comportamento do mercado de automóveis reflectiu a situaçáo da economia portuguesa traduzindo uma diminuiçáo da confiança quer dos consumidores quer dos investidores, caracterizado por um nível de endividamento das famílias. Esta situaçáo, aliada a subida das taxas de juro contribuíram de forma negativa no mercado de automóveis.

Modelo de negócio

A estratégia comercial em 2006, teve como base o modelo de instituiçáo especializada no negócio de financiamento e aquisiçáo de bens e abandono do modelo assente no financiamento de serviços, com especial enfoque no sector automóvel, em torno dos três subsegmentos da cadeia de valor, para os quais manteve a aposta na oferta e desenvolvimento de ofertas mais adequadas:

Importadores/distribuidores.

Concessionários e stands.

Clientes finais.

A tendência do sector de distribuiçáo automóvel aponta para uma crescente abordagem da multimarca do mercado, sendo assim é natural que a sociedade desenvolvesse as suas competências comercias e operacionais nesse sentido, com especial destaque para o financiamento de viaturas novas e semi-novas, para o qual foi desenvolvida uma plataforma de subscriçáo e processamento de negócio próprio. Neste domínio salienta-se os esforços que têm sido feitos no desenvolvimento de plataforma de subscriçáo de negócio via telefone e Internet.

Oferta de produto

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