Relatório n.º 13-I/2007, de 05 de Novembro de 2007
Relatório n. 13-I/2007
Sede social: Rua Comandante António Martins, 19, Apartado 3018, 4520-190 Santa Maria da Feira.
Capital social: 133 000 000 euros.
Pessoa colectiva n. 500077797.
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Santa Maria da Feira, sob o n. 554/630502.
Margarida Maria Ferreira Alves da Rocha, segunda-ajudante da Conservatória do Registo Comercial de Santa Maria da Feira, certifica que, pela prestaçáo de contas n. 60 de 8 de Abril de 2004, foram depositados na pasta da sociedade em epígrafe, os documentos referentes à prestaçáo de contas do ano de exercício de 2003, os quais se juntam em fotocópias, numeradas de fls. 2 a 32.
Conferida, está conforme.
20 de Outubro de 2004. - A Segunda-Ajudante, Margarida Maria Ferreira Alves da Rocha.
Relatório e contas de 2003 Relatório de gestáo
No cumprimento do artigo 508.°-A do Código das Sociedades Comer-ciais, vimos submeter à Vossa apreciaçáo, o relatório de gestáo, as contas do exercício de 2003 e os demais documentos de prestaçáo de contas previstos na lei relativos à sociedade Corticeira Amorim - SGPS, S. A. (adiante designada apenas por Corticeira Amorim).
I - Evoluçáo macroeconómica em 2003
Apreciaçáo global
Após dois anos de crescimento económico reduzido, a economia mundial registou em 2003 um avanço mais significativo, que se estima em 3,2%. No entanto, este número esconde uma realidade diversa ao longo do ano - até à intervençáo no Iraque, a incerteza, a aversáo ao risco e os receios de uma conjuntura deflacionista dominaram a conjuntura. Após Maio, com o encerrar da campanha militar nesse país do Médio Oriente, e o retomar da confiança dos agentes económicos, a generalidade dos mercados financeiros registou, uma evoluçáo muito positiva. As condiçóes monetárias tornaram-se gradualmente mais expansionistas. O dólar norte-americano manteve a tendência de desvalorizaçáo que tinha iniciado no ano anterior. As economias emergentes apresentaram um forte dinamismo económico, com especial destaque para a China e Índia. O petróleo tipo Brent terminou o ano em torno de 30 dólares norte-americanos/barril, valor similar ao registado um ano antes, muito embora a variaçáo ao longo do ano tenha sido excepcionalmente elevada.
Zona euro
A zona euro evidenciou em 2003 um crescimento económico diminuto, estimado em 0,5%. O ano terminou com a economia europeia a registar taxas de crescimento em linha com o potencial de longo prazo e com os indicadores avançados a assumirem maior confiança no futuro. A margem de manobra a nível da política orçamental mostrou-se reduzida, encontrando evidência no referencial de 1,7% de crescimento dos gastos públicos e nos 2,8% de défice orçamental. A procura interna registou um contributo positivo para o crescimento, enquanto a procura externa diminuiu 0,6%. Registe-se, no entanto, que foi a procura externa que mais contribuiu para a recuperaçáo económica nos últimos meses do ano, traduzindo a melhoria da conjuntura internacional.
O consumo privado registou um crescimento bastante tímido, que se estima em 1,3%, enquanto o investimento registou queda nos primeiros três trimestres, com uma contracçáo anual de 1%. O desem-
prego aumentou para 9%. A inflaçáo atingiu 2,1% em termos médios: seguiu tendência descendente até Maio, altura em que registou o mínimo de 1,8%, tendo regressado a valores marginalmente acima da meta do BCE desde entáo. O BCE cortou taxas no 1. semestre do ano, colocando a refi rate no valor mais baixo de sempre (2%). A zona euro voltou a registar um excedente na conta corrente, estimado em 1% do PIB.
Estados Unidos da América
Nos Estados Unidos da América (EUA) a recuperaçáo económica consolidou-se, dando lugar a sinais claros de expansáo da actividade. O PIB terá crescido 2,9%. O consumo privado manteve um comportamento muito favorável, respondendo ao aumento de rendimento disponível originado pelo corte de impostos e pelo boom de refinanciamento de hipotecas. O investimento denotou recuperaçáo significativa na segunda metade do ano, registando valores próximos de 3% para 2003. Os gastos públicos teráo crescido 3,7%, tendo as contas públicas registado um défice orçamental que se estima poder atingir um valor entre 4,8% e 5% do PIB. Por seu lado, o défice da conta corrente manteve a tendência de deterioraçáo, atingindo 5,3% do PIB. Apesar dos inúmeros sinais positivos sobre a economia, o mercado de trabalho náo conseguiu recuperar ao ritmo desejado e promover a criaçáo de novos postos de trabalho. O desemprego aumentou para 6,1%. A inflaçáo terá registado 2,3%. Após o corte de taxas de juro operado no 1. semestre, e que conduziu os fed funds para 1%, o FED seguiu uma política de estabilidade de taxas.
Portugal
Portugal divergiu da média europeia em termos de crescimento. A economia nacional registou uma contracçáo económica, reflectindo a queda no consumo privado e, sobretudo, a forte retracçáo do investimento. A procura externa reflectiu o fraco crescimento dos principais parceiros comerciais. Apesar deste desenvolvimento, o ritmo de deterioraçáo dos principais indicadores económicos alterou-se a partir de meados do ano, traduzindo o início do processo de recuperaçáo económica. O PIB deverá ter registado contracçáo em torno de 1%. A procura interna terá diminuído 2,75% em 2003, com o consumo privado a decrescer 0,7% e o investimento uns expressivos 10%. A recessáo limitou o processo de consolidaçáo orçamental, nomeadamente pelo impacto muito negativo ao nível das receitas fiscais, exigindo, pelo segundo ano consecutivo, o recurso a medidas extraordinárias para o cumprimento das metas do Programa de Estabilidade e Crescimento. O investimento público observou uma forte contracçáo. A taxa de variaçáo média da inflaçáo terá atingido 3,3%. O desemprego aumentou para 6,6%, conduzindo a uma forte moderaçáo salarial. O saldo da BTC terá registado um défice de 2,75%.
II - Actividades operacionais
As empresas que integram o perímetro da Corticeira Amorim, encontram-se estruturadas por unidades de negócios (UN), com referências às quais se dá conta dos aspectos mais relevantes ocorridos durante o exercício de 2003.
Matérias-primas
A criaçáo, no final de 2002, da UN de matérias-primas foi o resultado das conclusóes do estudo de reflexáo estratégica realizado em conjunto com a Roland Berger.
Pretende-se, assim, congregar numa unidade de negócios a gestáo da compra, armazenagem e preparaçáo da única variável comum a todas as actividades da Corticeira Amorim que é a matéria-prima (cortiça).
O âmbito geográfico de actuaçáo desta UN, para além de Portugal, estende-se nomeadamente a Espanha, norte de África, Sardenha e a qualquer outra zona produtora de cortiça, onde a Corticeira Amorim tenha actividade industrial ou somente comercial.
Os objectivos que fundamentaram a criaçáo desta unidade sáo, nomeadamente:
Especializaçáo de uma equipa exclusivamente dedicada à matéria--prima;Aproveitamento das sinergias e integraçáo do processamento de todos os tipos de matérias-primas (cortiça) transformadas nas restantes unidades;
Potenciar a gestáo das matérias-primas numa óptica multinacional;
Reforçar a presença junto dos países produtores;
Manter registo histórico (cadastro) actualizado por unidade florestal produtora de cortiça;
Reforçar o diálogo com a produçáo, promovendo a certificaçáo florestal, o aumento da qualidade técnica do produto e desenvolver parcerias nas áreas de investigaçáo e desenvolvimento aplicadas à floresta;
Preparar, debater e decidir no seio da administraçáo a orientaçáo ou a política de aprovisionamento plurianual a desenvolver.
O ano 2003 representou, pois, o primeiro ano de actividade desta nova UN, pelo que se tratou de um ano de organizaçáo e consolidaçáo da sua estrutura.
Assim, e dando conteúdo aos objectivos mencionados supra, o ano de 2003 foi marcado pela forte concentraçáo de toda a equipa na implementaçáo da política de aprovisionamento definida pela Corticeira Amorim, com os seguintes objectivos principais:
Reforçar os stocks de matéria-prima bruta para ser trabalhada em 2004;
Antecipar o aprovisionamento dos lotes de melhor qualidade para assegurar um mix mais adequado às necessidades do produto e respectivo mercado;
Contribuir para a estabilizaçáo, a prazo, do preço desta variável.
Assim, a UN de matérias-primas, através da sua presença e inter-vençáo na compra de cortiça nos vários países produtores, conseguiu cumprir os objectivos que a política de compra definida pretendia, ou seja, adquirir a quantidade de matéria-prima necessária para satisfazer os consumos das várias UN da Corticeira Amorim em 2004, com um mix de qualidade e preço adequado, com vista a assegurar a rentabili-dade das actividades desenvolvidas.
Ainda durante o ano de 2003, foi implementado um sistema de monitorizaçáo que permite efectuar a análise da rentabilidade dos lotes de matérias-primas, desde a sua aquisiçáo, acompanhando toda a sua transformaçáo industrial.
Dando cumprimento a um dos objectivos que nortearam a criaçáo desta UN, que é a presença em todos os países produtores de cortiça, a UN adquiriu uma participaçáo numa empresa argelina, iniciando um processo de investimento, com vista à aquisiçáo e correspondente transformaçáo industrial de cortiça nesse país. Convém salientar que a Argélia proíbe a venda de cortiça em bruto, pelo que a presença neste mercado terá sempre de passar por transformar localmente a cortiça adquirida. Embora o investimento náo seja para já material-mente relevante, a presença em mais um país produtor de cortiça tem um significado estratégico relevante.
A missáo desta UN passa por uma optimizaçáo da compra da matéria-prima bem como pela sua melhor aplicaçáo. Desta forma, a rentabilidade de uma área táo estratégica como esta náo pode ser medida da forma tradicional, ou seja, apenas pelo resultado líquido obtido.
Como já foi referido, o grande objectivo desta UN é fornecer as matérias-primas para serem rentabilizadas na cadeia da Corticeira Amorim, pelo que, tratando-se...
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