Portaria n.º 766/2009, de 16 de Julho de 2009
Portaria n. 766/2009
de 16 de Julho
Considerando que os programas de formaçáo das especialidades de angiologia/cirurgia vascular e radioterapia
foram aprovados pelas Portarias n.os 238/97, de 4 de Abril, e 616/96, de 30 de Outubro, respectivamente;
Atendendo a que o Regulamento do Internato Médico estabelece a obrigatoriedade de revisáo quinquenal dos programas de formaçáo das especialidades médicas;
Sob proposta da Ordem dos Médicos e ouvido o Conselho Nacional do Internato Médico;
Nos termos e ao abrigo do disposto nos n.os 3 do artigo 3. e 1 e 2 do artigo 10. do Decreto -Lei n. 203/2004, de 18 de Agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 11/2005, de 6 de Janeiro, 60/2007, de 13 de Março, e 45/2009, de 13 de Fevereiro, bem como no artigo 25. do Regulamento do Internato Médico, aprovado pela Portaria n. 183/2006, de 22 de Fevereiro:
Manda o Governo, pela Ministra da Saúde, o seguinte:
Artigo 1.
Sáo actualizados os programas de formaçáo das áreas profissionais de especializaçáo de angiologia/cirurgia vascular e radioterapia, constantes do anexo à presente portaria, da qual faz parte integrante.
Artigo 2.
A aplicaçáo e desenvolvimento dos programas compete aos órgáos e agentes responsáveis pela formaçáo nos internatos, os quais devem assegurar a maior uniformidade a nível nacional.
A Ministra da Saúde, Ana Maria Teodoro Jorge, em 26 de Junho de 2009.
ANEXO
Programa de formaçáo do internato médico da área profissional de especializaçáo de angiologia/cirurgia vascular
A formaçáo específica no internato médico de angiologia e cirurgia vascular tem a duraçáo de 72 meses (seis anos) e é antecedida por uma formaçáo genérica, partilhada por todas as especialidades, designada por ano comum.
A - Ano comum
1 - Duraçáo - 12 meses.
2 - Blocos formativos e sua duraçáo:
-
Medicina interna - 4 meses;
-
Pediatria geral - 2 meses;
-
Obstetrícia - 1 mês;
-
Cirurgia geral - 2 meses;
-
Cuidados de saúde primários - 3 meses.
3 - Precedência - a frequência com aproveitamento de todos os blocos formativos do ano comum é condiçáo obrigatória para que o médico interno inicie a formaçáo específica.
4 - Equivalência - os blocos formativos do ano comum náo substituem e náo têm equivalência a eventuais estágios com o mesmo nome da formaçáo específica.
B - Formaçáo específica
1 - Duraçáo - 72 meses.
2 - Sequência e duraçáo dos estágios - a sequência dos estágios a seguir apresentada é preferencial, mas náo obrigatória.
4514 2.1 - Estágios obrigatórios:
2.1.1 - Cirurgia geral - 12 meses (a efectuar preferencialmente durante o 1. ano).
2.1.2 - Cuidados intensivos - 2 meses (a efectuar preferencialmente durante o 3. ano).
2.1.3 - Cirurgia cardiotorácica - 2 meses (a efectuar preferencialmente durante o 4. ano).
2.1.4 - Cirurgia vascular - de 53 a 56 meses (a efectuar preferencialmente entre o 2. e o 6. ano).
O estágio de cirurgia vascular pode ser prolongado 3 meses em prejuízo do estágio opcional.
2.2 - Estágios opcionais - 3 meses.
Este estágio deve ser efectuado noutros serviços de cirurgia vascular, sempre que exista carência formativa no serviço onde decorre o internato.
3 - Local de formaçáo:
3.1 - Cirurgia geral - serviços de cirurgia geral.
3.2 - Cuidados intensivos - serviços de cuidados intensivos.
3.3 - Cirurgia cardiotorácica - serviços de cirurgia cardiotorácica.
3.4 - Cirurgia vascular - serviços de cirurgia vascular.
3.5 - Estágios opcionais - serviços de cirurgia vascular.
4 - Objectivos de desempenho:
4.1 - Estágio de cirurgia geral:
-
História clínica do doente cirúrgico;
-
Acompanhamento do doente nas fases pré e pós-operatórias;
-
Execuçáo de intervençóes de pequena cirurgia do pescoço e membros;
-
Execuçáo de intervençóes em cirurgia da parede abdominal (hérnias);
-
Participaçáo em actos cirúrgicos nas cavidades abdominal e torácica (exemplo: vesícula biliar, estômago, intestino, baço, apêndice, útero, ovário) e na regiáo cervical (tiróide);
-
Execuçáo e vigilância de pensos no pós -operatório; g) Participaçáo no atendimento e terapêutica do doente cirúrgico no domínio do serviço de urgência;
-
Participaçáo activa em reunióes clínicas do serviço; i) Acompanhamento do doente em unidades de recobro cirúrgico.
4.2 - Estágio de cuidados intensivos - prática em execuçáo técnica de diagnóstico, reanimaçáo e suporte em cuidados intensivos.
4.3 - Estágio de cirurgia cardiotorácica:
-
Participaçáo em intervençóes cirúrgicas no tórax; b) Acompanhamento dos doentes nas fases pré e pós-operatórias em cirurgia cardiotorácica.
4.4 - Estágio de cirurgia vascular:
4.4.1 - Primeiro ano:
-
História clínica do doente vascular;
-
Acompanhamento do doente nas fases pré e pós-operatórias;
-
Prática de exames invasivos e náo invasivos;
-
Execuçáo de pensos em doentes operados;
-
Execuçáo de algumas técnicas cirúrgicas (vias de acesso vascular, tratamento cirúrgico de varizes simples, amputaçóes);
-
Participaçáo em intervençóes vasculares diversificadas;
-
Frequência do serviço de urgência;
-
Participaçáo activa em reunióes clínicas do serviço.
4.4.2 - Segundo ano:
-
Interpretaçáo de exames vasculares invasivos e náo invasivos:
a1) Ecodoppler venoso com avaliaçáo e determinaçáo da compressibilidade, permeabilidade, competência valvular, aspectos parietais, variaçóes do fluxo com os movimentos respiratórios e com as manobras compressivas;
a2) Mapeamento de varizes com avaliaçáo e determinaçáo dos pontos de insuficiência e trajectos venosos;
a3) Ecodoppler arterial com avaliaçáo e verificaçáo de alteraçóes parietais, caracterizaçáo da placa de ateroma, graus percentuais de estenose, velocidades de fluxos, picos sistólicos, índices de resistência;
a4) Arteriografia com avaliaçáo de anatomia vascular radiológica, permeabilidade, caracterizaçáo de estenoses, colateralizaçóes, oclusóes, variaçóes patológicas;
a5) Flebografia com avaliaçáo da anatomia, vias de derivaçáo, obstruçóes, refluxo;
-
Diagnóstico diferencial em patologia vascular;
-
Vigilância de doentes em pós -operatório;
-
Execuçáo de intervençóes cirúrgicas de complexi-dade crescente (varizes, simpaticectomia lombar, acessos vasculares para hemodiálise, revascularizaçáo arterial simples - embolectomias, trombectomias, arteriorrafias, anastomoses arteriais);
-
Participaçáo em intervençóes vasculares diversificadas;
-
Frequência do serviço de urgência;
-
Participaçáo activa em reunióes clínicas do serviço.
4.4.3 - Terceiro ano:
-
Execuçáo de técnicas cirúrgicas mais complexas (endarteriectomias, bypass nos sectores aorto -femoral e femoro-poplíteo-distal,simpaticectomiatorácica);
-
Execuçáo de técnicas de revascularizaçáo extra--anatómica;
-
Participaçáo em intervençóes vasculares diversificadas;
-
Triagem de doentes;
-
Consultas de follow-up;
-
Participaçáo activa em reunióes clínicas do serviço.
4.4.4 - Quarto ano:
-
Participaçáo em investigaçáo clínica e laboratorial; b) Execuçáo de técnicas de revascularizaçáo cerebrovascular;
-
Resoluçáo de complicaçóes da cirurgia vascular;
-
Execuçáo de técnicas de revascularizaçáo renal;
-
Tratamento de síndromes do desfiladeiro toracobraquial;
-
Elaboraçáo e apresentaçáo pessoal de comunicaçóes em reunióes científicas;
-
Apresentaçáo, para publicaçáo em revistas científicas, de artigos sobre temas vasculares;
-
Colaboraçáo na orientaçáo dos médicos internos mais novos na elaboraçáo dos processos clínicos e no estudo dos doentes;
-
Avaliaçáo dos resultados dos procedimentos terapêuticos;j) Participaçáo activa em reunióes clínicas do serviço; l) Participaçáo em trabalhos de informatizaçáo, bibliografia e arquivo no âmbito do serviço;
-
Progressiva autonomia nas decisóes terapêuticas, nomeadamente no serviço de urgência.
4.4.5 - Quinto ano:
-
Execuçáo de técnicas de revascularizaçáo cerebrovascular;
-
Resoluçáo de complicaçóes da cirurgia vascular;
-
Execuçáo de técnicas de revascularizaçáo renal;
-
Tratamento de síndromes do desfiladeiro toracobraquial;
-
Execuçáo de técnicas endovasculares;
-
Execuçáo de técnicas endoscópicas.
4.5 - Estágios opcionais:
-
Execuçáo de técnicas endovasculares;
-
Execuçáo de técnicas endoscópicas.
5 - Objectivos de conhecimento:
5.1 - Estágio de cirurgia geral:
-
Avaliaçáo do doente cirúrgico;
-
Patologia da parede abdominal;
-
Vias de acesso à cavidade peritoneal;
-
Vias de acesso em cateterizaçóes centrais;
-
Técnicas e material de sutura;
-
Técnicas de...
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO