Nível de conservação dos imóveis Questões técnicas

AutorNuno OLIVEIRA
CargoArquitecto
Notas introdutórias

Falar sobre conservação dos edifícios, chamemos-lhe antes património edificado ou não edificado, torna a discussão tão pertinente como urgente no panorama nacional actual.

Por um lado porque considero adormecidas as preocupações sobre a qualidade vivencial e sobre a relação do homem com o espaço, do cidadão com a cidade, do utente com o habitat, da identidade dos espaços com a vivência dos mesmos e por consequência pelo estado de conservação do património porque implícito o descuido, desresponsabilização e despreocupação daqueles que o habitam.

Urge debater novamente a identidade da nossa sociedade enquanto relação com o espaço. O espaço urbano, o espaço habitacional. A relação entre o espaço habitacional e a distribuição deste parque com as restantes funções na cidade. O crescimento em altura e a densidade urbana. A distribuição populacional e distribuição e estratificação profissional. Os jardins e as praças, os centros comerciais, as ruas e auto-estradas. Hierarquias...!!. relação destas identidades com toda a vivência dos espaços por parte do ser humano, etc.

Por outro lado, porque depois de um período de moda em reabilitar, restaurar, construir e destruir até finais dos anos 70, ao abrigo de interesses apenas e meramente imobiliários e de especulação, entre "lobis" camarários e promotores privados, com agentes que deveriam com a devida isenção regular e condicionar o crescimento e uso dos espaços, falar sobre o Nosso património, sobre os nossos monumentos ou parque habitacional privado e qualificação da arquitectura e urbanismo de uma forma geral, logo se caiu num estado de adormecimento e quase dependência da gestão urbana/ económica e especulativa, sem critérios ou ainda que os haja, camuflados por interesses claros mas não assumidos.

A regulamentação existente, é a meu ver desadequada em relação aos valores e necessidade actuais. A falta de vontade política de actuar e condicionar o crescimento e uso das nossas cidades é clara, pois cada vez mais assistimos a uma passividade por parte das entidades respectivas. A falta de consciência de que a qualificação do espaço/ património serve e se reflecte na dignificação e qualificação do próprio ser humano e nível cultural de uma sociedade é no mínimo claramente...

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