O livro da autonomia

AutorArnaldo Ourique
Cargo do AutorLicenciado, Pós-Graduado e Mestre em Direito , Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Páginas6-8
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O LIVRO DA AUTONOMIA (
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)
Iniciamos hoje um novo programa. Deixamos a Condição Autonómica com
pesar porque era um título de peso por aquilo que representa no nosso imaginário.
Nasce agora Padrão constitucional das autonomias. Enquanto ali, na Condição
Autonómica, a nossa linha condutora era o sistema autonómico como vertente
constitucional, estatutária, legal e pragmática, aqui vamos dar vela ao vento:
interessa-nos sobretudo aquilo que ficou consagrado a partir de 1976 e numa
projeção do que somos no atual contexto, incluindo da própria União Europeia e do
que podemos vir a constituir. Nem sempre conseguimos cumprir a linha condutora
porque navegamos inteiramente ao sabor das correntes marítimas, como é próprio da
escrita para jornais, apesar duma luta constante em manter uma linha de rigor
constitucional e autonómico; mas lutamos permanentemente por, ao menos, manter
essa linha de horizonte com o sol a nascer. Por ser o primeiro, vamos lançar o barco
ao mar com um livro.
Cada livro exige uma leitura diferente e não depende tanto do número de
páginas. Há dois tipos de livros quanto ao tamanho e densidade de leitura: os que são
pequenos mas que exigem uma leitura sistémica, e os que são volumosos mas que
exigem uma leitura simples e corrida. Um Diálogo Sobre os Grandes Sistemas de
GALILEU, com sessenta páginas, lido em meia hora, gasta-nos um mês para
entendermos a geometria discursiva; ou um Discurso sobre a dignidade humana de
GIOVANNI PICO DELLA MIRANDOLA, com trinta páginas que, lido em quinze minutos,
nem num ano nos satisfaz e mesmo assim não fica tudo lido. o romance O Dia
Das formigas de BERNARD WERBER, com quatrocentas páginas, e o Os
descobridores de como o homem procurou conhecer-se a si mesmo ao mundo de
DANIEL BERSTIN, com seiscentas folhas podem ler-se em dois ou três bons serões
cada. Ou seja em termos de leitura dez volumosos livros podem corresponder a um
único livro. Há, por outra banda, dois tipos de livros quanto ao seu modo de acesso:
por leitura integral ou por consulta. Uma enciclopédia de bolso dá-nos, num único
livro de quinhentas páginas, vastas informações sobre a Europa. Já a mesma temática
pode ler-se através de várias entradas de quinze volumes duma enciclopédia. Ou seja,
(
2
) Publicado em Diário Insular, Angra do Heroísmo, em 20-10-2013.

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