O website do governo das ilhas

AutorArnaldo Ourique
Cargo do AutorLicenciado, Pós-Graduado e Mestre em Direito , Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Páginas39-40

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O WEBSITE DO GOVERNO DAS ILHAS (21

Num tempo em que todos os governos querem as novas tecnologias, quando corre já mais de meio ano de 2007, quando até temos nos Açores uma direcção regional exclusivamente para esse assunto, e quando tivemos já tanta coisa boa feita anteriormente acerca de páginas de internet da administração pública dos Açores, e quando a legislação também vai no mesmo sentido, é com preocupação que olhamos para o triste portal, “único”, do governo das ilhas.

Coisa estranha: os nossos antepassados lutaram pela autonomia cuja matriz é a descentralização, hoje continuamos a pugnar por isso frente ao Estado, mas a nossa actuação interna é centralizadora.

Já tivemos bons exemplos de disponibilidades informáticas na internet e tudo fazia prever que só avançaríamos em sentido positivo, naturalmente com regras seguras face a custos e a exageros. Mas não, desapareceu esse universo útil ao cidadão e, em seu lugar, um do governo das ilhas – como se a administração fosse a mesma coisa que o governo e o político.

O website do governo das ilhas é fraco em tudo, quer na maneira de estar, quer na maneira de fazer. Não sabe estar: porque é um só website (existem meia dúzia de raridades, como o da vicepresidência, o centro do conhecimento, o jornal oficial, a juventude,…), mutilando assim a rica multiplicidade de ideias que enriqueceriam a própria autonomia, não cumpre as actuais ideias de auto-estradas do conhecimento; porque assim num só organizase de forma macro, divorciandose da especialidade cujo alcance é mais prático e eficaz; porque se concentra na informação política, por ser portal do governo, apartandose do essencial do ponto de vista administrativo; porque mistura governo e política com outra realidade importante que é a administração pública. E não sabe fazer porque, em vez de ir paulatinamente construindo os conteúdos mas deixando ainda provisoriamente online os que já existiam com boa informação e organizada, fez exactamente o contrário: primeiro matou tudo quanto era importante e agora muita da informação que antes estava já...

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