Inevitabilidade da autonomia

AutorArnaldo Ourique
Cargo do AutorLicenciado, Pós-Graduado e Mestre em Direito, Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Páginas53-55
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2.18 Inevitabilidade da autonomia (
21)
GEORGE STEINER, na Gramáticas da Criação, diz-nos que: «Existe uma diferença
absolutamente decisiva entre a obra de arte ou da filosofia e da ciência. Se COPÉRNICO, se
GALILEU tivessem sido eliminados antes da difusão das suas descobertas, estas teriam sido
indubitavelmente operadas por outros. A ciência tem uma inevitabilidade sequencial
própria. A reflexão filosófica, a realização estética, por outro lado, são totalmente
vulneráveis ao acidente contingente, à liquidação programada, ao silenciamento do
criador».
Ao mesmo tempo que DARWIN chegava à conclusão da teoria da seleção natural, também
WALLACE fazia o mesmo e, e isso é menos conhecido, MATTHEW publicou essa ideia cerca
de seis anos antes de DARWIN. Certo dia EINSTEIN disse que um seu estudo feito quando
era jovem sobre a possibilidade de que a luz não teria tido sempre velocidade constante era
um disparate, no entanto hoje estudos comprovam que afinal ele estava certo com
felicidade para Portugal porque faz parte do grupo restrito de autores destes estudos um
português, e aqui na Ilha já esteve, JOÃO MAGUEIJO. COPÉRNICO não fez mais do que
traduzir para o papel o que na altura era já muito discutido, a Terra não é o centro do
universo, utilizando aliás centenas de observações de outros cientistas feitas durante
séculos. Também GALILEU, não só não foi ele o primeiro a criar um telescópio, como
inclusivamente não foi o telescópio que provou a sua ideia de que a Lua não era lisa como
um espelho (o telescópio foi uma excelente oportunidade de empreendedorismo: GALILEU
criou uma fábrica caseira de telescópios e ganhou muito dinheiro com isso). Quer dizer-se:
na ciência há invenção, há descoberta, mas não há criação artística propriamente dita na
medida em que o objeto de estudo é a vida e a natureza uma elementar partícula que
permite uma evolução eterna através de diversificadas ramificações naturais e científicas.
A arte e a filosofia vamos agora designar tudo isso por estética, pelo contrário, também
comportam elementos de invenção e de descoberta, mas a sua matriz é mais a criação.
Criação de coisa inteiramente nova. Se BEETHOVEN não tivesse criado a Nona Sinfonia
(Hino da Alegria) ninguém mais a criaria. É um produto inteiramente estético. Se a Ceia
não tivesse sido pintada por DA VINCI, ninguém mais a faria assim; de igual modo o
21 Publicado em 07-08-2011.

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