As primeiras ideias autonómicas, 3

AutorArnaldo Ourique
Cargo do AutorFaculdade de Direito de Lisboa
Páginas36-38
36
As primeiras ideias autonómicas, 3 (
12)
Num primeiro texto (página 30) esclarecemos que as primeiras ideias
autonomistas não nasceram com o “primeiro movimento autonómico” e que a
autonomia administrativa desse fim de século XIX era uma cópia do modelo de
autonomia administrativa dos distritos, modelo que teve início no país no início desse
século. Num segundo (página 33) reforçámos aquelas conclusões e que concluímos que
as primeiras ideias autonomistas não estão unicamente nas declarações expressas nesse
sentido, mas que se encontram de igual modo numa plêiade de instrumentos culturais e
simbólicos cujo estudo está por fazer. Mas eis que alguns amigos nos suscitam um
pouco mais num acerto conclusivo.
O grande problema da origem da questão autonómica relativa às primeiras
autonómicas está por fazer. A questão autonómica propriamente dita, por um lado, a
academia científica tem investido na história da História, e não na história das ideias e
história política. E embora todas as histórias dos Açores, sejam as parciais, sejam as
tendencialmente globais, contenham em si mesmas conotações políticas, não tem sido,
no entanto, esse o caminho. Existe nesta parte da história uma mera repetição de
descrições, com uma mão cheia de exemplos que fogem a essa regra; mas não há, em
rigor, um estudo, uma investigação que atenda esse quartel à parte do pensamento e das
ideias. Mesmo os casos que utilizam fontes de comunicação social, mesmo aqui não
uma sistémica científica. Este nosso entendimento poderá fazer levantar da cadeira
algumas pessoas; mas aconselhamos calma: não é suficiente um título para que o
resultado da investigação corresponda a esse título. Há muita coisa boa; mas também há
aquelas que são boas no nosso meio de prevalência institucional orgânica.
O último quartel do século XIX que não está estudado ao nível do pensamento
e das ideias mostra bem que, mesmo aqui nesta fase adiantada das ideias liberais e de
grande movimentação republicana, não estava em causa a unidade regional das ilhas
açorianas. Tão só, por um lado, estava em causa uma certa aflição republicana, isto é,
um momento e movimento em que se verifica uma ideia generalizada de levar as
(12) Publicado na revista XL do Diário Insular, em 23-09-2012.

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