Acórdão nº 718/12.5TBTVR.E1.S1 de Supremo Tribunal de Justiça (Portugal), 20 de Outubro de 2015

Magistrado ResponsávelSALRETA PEREIRA
Data da Resolução20 de Outubro de 2015
EmissorSupremo Tribunal de Justiça (Portugal)

Acordam no Supremo Tribunal de Justiça A Massa Insolvente de AA, CRL, representada por BB, na qualidade de administrador da insolvência, intentou acção declarativa ordinária contra CC, pedindo que o réu fosse condenado a pagar-lhe a quantia de € 62.002,22 correspondente à soma do capital de € 30.462,34 e juros vencidos, acrescida de juros vincendos até integral pagamento.

Alegou, para tanto e em resumo, que a AA, antes da declaração da sua insolvência, intentou acção judicial contra o réu, na qual pediu a condenação deste no pagamento do valor de 63 facturas, relativas ao fornecimento de produtos alimentares ao réu, entre 10.08.2001 e 31.12.2001, no âmbito da actividade comercial de ambos, no valor global de € 30.462,34 e que, tendo o réu invocado o pagamento de tais facturas, através da entrega de 5 letras de câmbio, o tribunal veio a considerar que efectivamente as facturas foram pagas, com a entrega das 5 letras de câmbio, cada uma delas no valor de € 6.092,47€ (uma delas, ainda, no seu equivalente em escudos, de 1.221.430$00).

Mais alegou que aquelas letras nunca foram pagas pelo réu à autora, estando as mesmas ainda na posse desta, as quais, embora não valendo como letras de câmbio, documentam a dívida comercial. Mais alegou ainda que, persistindo a dívida do réu para com a autora, desde 24.03.2002, no montante de € 30.462,34, deve aquele ser condenado a pagar tal quantia, acrescida de juros de mora à taxa legal, contabilizando os juros vencidos, desde aquela data até 24.09.2012, em € 31.539,88.

Citado, contestou o réu, invocando a excepção de caso julgado, tendo-se em consideração o que foi alegado e peticionado na outra acção, que visou também o pagamento das mesmas 63 facturas, e defendendo-se por impugnação, alegando, em resumo, que a sociedade autora deu quitação das vendas a que se referiam aquelas facturas. E invocou a litigância de má-fé da autora, por formular pretensão cuja falta de fundamento conhecia perfeitamente, omitindo factos relevantes para a decisão da causa, com o fim de obter o pagamento de uma quantia que se encontra já paga, pedindo, para além da improcedência da acção, a condenação da autora, por litigância de má-fé, em multa a ser arbitrada pelo Tribunal e em indemnização a pagar ao réu, nela se incluindo todas as despesas que a litigância de má-fé obrigou o réu a efectuar, designadamente os honorários do seu mandatário judicial, cujo quantitativo certo se liquidará em execução de sentença.

Replicou a autora...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT