Acórdão nº 0855560 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 24 de Novembro de 2008

Magistrado ResponsávelMARIA JOSÉ SIMÕES
Data da Resolução24 de Novembro de 2008
EmissorCourt of Appeal of Porto (Portugal)

Pº nº 5560/08 Agravo (14) ACÓRDÃO Acordam os Juízes do Tribunal da Relação do Porto I - RELATÓRIO Em 21/06/2007, a B.........., por apenso à execução nº ..../04.1TVPRT que C.......... e outro move contra D.......... e outro, veio ao abrigo do disposto no artº 865º do CPC apresentar reclamação de créditos, requerendo se verifique e reconheça os créditos da B.......... sobre os executados no montante de € 6.420,03 reportado à data de 20/06/2007, juros vincendos e eventuais despesas e se gradue tal crédito no lugar que pela sua preferência legalmente lhe competir para ser pago pelo produto da venda do bem penhorado.

Para fundamentar a sua pretensão, a reclamante alega que no exercício da sua actividade creditícia celebrou com o executado D.......... e esposa E.........., um contrato de mútuo com hipoteca, da quantia de Esc. 800.000$00 (€ 3.990,38), formalizado por escritura pública celebrada em 16/02/1981.

Que se clausulou no citado contrato que o capital mutuado venceria juros à taxa anual efectiva de 20%, alterável em função da variação da mesma, acrescendo em caso de mora, a sobretaxa legal.

O mencionado empréstimo destinou-se à construção para habitação própria e permanente dos executados.

O citado prédio encontra-se penhorado na execução.

Os créditos encontram-se vencidos e são exigíveis.

A Fazenda Nacional veio igualmente reclamar os créditos referentes a Imposto Municipal sobre Imóveis e a Imposto sobre o Valor Acrescentado e respectivos juros de mora, requerendo a sua verificação e graduação na posição legalmente prevista.

Por despacho de 18/07/2007, ao abrigo do disposto no artº 866º do CPC, foram liminarmente admitidas as reclamações de créditos apresentadas.

Notificado das reclamações, veio o exequente C.......... requerer que seja dado sem efeito o despacho que ordenou o cumprimento do disposto no artº 866º do CPC e todos os actos praticados na sua decorrência, porquanto foi ordenada a sustação da execução quanto ao prédio objecto dos presentes autos de reclamação de créditos.

Em 08/01/2008, foi proferido despacho que, ao abrigo do disposto no artº 287º al. e) do CPC, julgou extinta a presente reclamação de créditos, por impossibilidade superveniente da lide, com fundamento em que encontrando-se sustada a execução quanto ao referido bem, não podem as reclamações de crédito deduzidas prosseguir quanto ao mesmo, porquanto a mesma só é admissível pelo credor que goze de garantia real sobre os bens penhorados e nos presentes autos não existem bens com essa qualidade.

Inconformada agravou a reclamante B.........., apresentando as suas alegações, cujas conclusões são as seguintes: 1. Nos Autos de Execução Ordinária que C.......... move contra D.......... foi penhorado o prédio urbano composto de casa de habitação com dois pavimentos e logradouro, sito no .........., freguesia de .........., Cinfães.

  1. Em cumprimento do disposto no artº 864º-A e 865º nº 3 al. b) do CPC foi a ora recorrente citada em 06 de Junho de 2007 na qualidade de credora com garantia real.

  2. Tendo a credora, ora recorrente, apresentado a sua reclamação de créditos em 21 de Junho de 2007.

  3. Por douto despacho de 18 de Setembro de 2007, foi admitida a reclamação de créditos da...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT