Acórdão nº 289/02 de Tribunal Constitucional (Port, 03 de Julho de 2002
Magistrado Responsável | Cons. Artur Maurício |
Data da Resolução | 03 de Julho de 2002 |
Emissor | Tribunal Constitucional (Port |
ACÓRDÃO Nº 289/02
Proc. nº 324/02
TC 1ª Secção
Relator: Consº. Artur Maurício
Acordam na 1ª Secção do Tribunal Constitucional:
1 - No recurso interposto pelo Ministério Público, nos autos supra identificados, foi proferida a seguinte decisão sumária:
"1 A, identificado nos autos, em acção declarativa com processo sumaríssimo, intentada por B no Tribunal Judicial de Águeda, foi condenado no pedido e na multa de 2 Ucs como litigante de má-fé, nos termos do artigo 456º nºs. 1 e 2 alíneas a), b) e d) do CPC.
Da decisão que o condenou como litigante de má-fé, o então Réu agravou para o Tribunal da Relação de Coimbra que, por acórdão de fls. 100 e segs., decidiu negar provimento ao recurso, confirmando a decisão recorrida.
Nesse acórdão, sustentou-se, em síntese, que "(...) emergindo dos autos um comportamento processual que retrata uma manifesta situação de litigância de má-fé passível de sancionamento, não se justifica a necessidade de respeitar o princípio do contraditório, concedendo-se-lhe um prazo para se pronunciar." manifestando-se, ainda, discordância relativamente á interpretação que o Tribunal Constitucional faz dos preceitos em causa, quando impõe que ao litigante seja concedido um prazo para se defender.
O Ministério Público, junto da Relação de Coimbra, veio, então, interpor recurso para o Tribunal Constitucional, ao abrigo do disposto no artigo 70º nº. 1 alínea g) da LTC, daquele Acórdão a que atribuiu uma interpretação das normas do artigo 456º nºs. 1 e 2 do CPC, no sentido de que "a condenação por litigância de má-fé não está condicionada pela prévia audição dos interessados", o que violaria o princípio do contraditório e estaria em discordância com o que foi julgado por este Tribunal no Acórdão nº. 357/98, publicado in DR, II Série, de 16/7/98.
O recurso foi admitido no tribunal "a quo", o que, nos termos do artigo 76º nº 3 da LTC não vincula o Tribunal Constitucional.
Cumpre decidir, o que se faz nos termos do artigo 78º-A nº. 1 da LTC.
2 O recurso vem, como se disse, interposto ao abrigo da alínea g) do nº. 1 do artigo 70º da LTC, o que pressupõe que a norma aplicada tenha sido já julgada inconstitucional pelo TC (impendendo sobre o recorrente o ónus de indicar o Acórdão que assim decidiu).
Ora, tal pressuposto não se mostra verificado no caso.
Com efeito, o acórdão citado pelo magistrado recorrente (nº 357/98) não julgou as normas em causa inconstitucionais, procedendo, antes, a uma interpretação dos preceitos conforme à Constituição, nos termos do artigo 80º nº 3 da LTC.
Não poderia, assim, o Magistrado...
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO-
Acórdão nº 255072/09.0YIPRT.P1 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 14 de Julho de 2010
...II Série, de 01.09.94; Ac. TC n.º 103/95, de 17.06.95, DR II Série, de 17.06.95; Ac. TC n.º 357/98, de 12.05.98, Acs TC, 40.º, p. 75; Ac TC n.º 289/2002, de 03.07.02, DR II Série, de [12] É vasta a jurisprudência sobre a questão, pelo que, exemplificativamente, cfr., Ac. STJ, de 28.02.2002,......
-
Acórdão nº 2000/12.9TVLSB.L1-1 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 14 de Abril de 2015
...II Série, de 01.09.94; Ac. TC n.º 103/95, de 17.06.95, DR II Série, de 17.06.95; Ac. TC n.º 357/98, de 12.05.98, Acs TC, 40.º, p. 75; Ac TC n.º 289/2002, de 03.07.02, DR II Série, de [6] É vasta a jurisprudência sobre a questão, pelo que, exemplificativamente, cfr., Ac. STJ, de 28.02.2002, ......
-
Acórdão nº 256/15 de Tribunal Constitucional (Port, 29 de Abril de 2015
...pelo Tribunal recorrido e a norma julgada inconstitucional no acórdão invocado como fundamento do recurso (o Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 289/2002, disponível em http://www.tribunalconstitucional.pt), termos em que também não se mostra verificado o requisito específico de admissib......
-
Acórdão nº 00132/17.6BECBR-S1 de Tribunal Central Administrativo Norte, 29 de Março de 2019
...prévia do litigante de má-fé, de modo a que ele possa alegar o que tiver por conveniente - (vg acórdãos do Tribunal Constitucional nºs 289/02 e 440/94, bem como os Acórdãos do STA de 05/06/2000 e 30/01/2002 prolatados no âmbito dos processos nºs 44462 e 47301, Mediante despacho datado de 05......
-
Acórdão nº 255072/09.0YIPRT.P1 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 14 de Julho de 2010
...II Série, de 01.09.94; Ac. TC n.º 103/95, de 17.06.95, DR II Série, de 17.06.95; Ac. TC n.º 357/98, de 12.05.98, Acs TC, 40.º, p. 75; Ac TC n.º 289/2002, de 03.07.02, DR II Série, de [12] É vasta a jurisprudência sobre a questão, pelo que, exemplificativamente, cfr., Ac. STJ, de 28.02.2002,......
-
Acórdão nº 2000/12.9TVLSB.L1-1 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 14 de Abril de 2015
...II Série, de 01.09.94; Ac. TC n.º 103/95, de 17.06.95, DR II Série, de 17.06.95; Ac. TC n.º 357/98, de 12.05.98, Acs TC, 40.º, p. 75; Ac TC n.º 289/2002, de 03.07.02, DR II Série, de [6] É vasta a jurisprudência sobre a questão, pelo que, exemplificativamente, cfr., Ac. STJ, de 28.02.2002, ......
-
Acórdão nº 256/15 de Tribunal Constitucional (Port, 29 de Abril de 2015
...pelo Tribunal recorrido e a norma julgada inconstitucional no acórdão invocado como fundamento do recurso (o Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 289/2002, disponível em http://www.tribunalconstitucional.pt), termos em que também não se mostra verificado o requisito específico de admissib......
-
Acórdão nº 00132/17.6BECBR-S1 de Tribunal Central Administrativo Norte, 29 de Março de 2019
...prévia do litigante de má-fé, de modo a que ele possa alegar o que tiver por conveniente - (vg acórdãos do Tribunal Constitucional nºs 289/02 e 440/94, bem como os Acórdãos do STA de 05/06/2000 e 30/01/2002 prolatados no âmbito dos processos nºs 44462 e 47301, Mediante despacho datado de 05......