Acórdão nº 676/2007-6 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 08 de Fevereiro de 2007

Magistrado ResponsávelCARLOS VALVERDE
Data da Resolução08 de Fevereiro de 2007
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação de Lisboa: A intentou a presente acção declarativa de condenação, em processo sumário, contra B, peticionando a condenação do R. a despejar imediatamente a terra arrendada, deixando-a livre de pessoas, bens e animais e ainda a pagar-lhe as rendas vencidas no montante de € 99,76 e respectivos juros, bem como as rendas que se vencerem até ao trânsito em julgado da sentença que decrete o despejo, acrescidas de juros vincendos até efectivo e real pagamento, para o que alegou que, por contrato de arrendamento rural não reduzido a escrito, deu de arrendamento ao R. o prédio rústico denominado Maranhão, na freguesia das Capelas, concelho de Ponta Delgada, inscrito na matriz predial com o artigo matricial nº 115, sendo que este não pagou as rendas dos anos de 1998,1999, 2000 e 2001, apesar de interpelado para o efeito.

Citado, contestou o R., para afirmar, no essencial, que nunca arrendou o imóvel dos autos ao A, nunca foi interpelado para pagar as rendas, terminando, com o fundamento na sua aquisição originária, por deduzir reconvenção, em que peticiona que se declare que é proprietário desse imóvel e se condene o A. a reconhecer esse direito.

Após resposta do A., elaborou-se o despacho saneador, no âmbito do qual se julgou verificada a excepção dilatória do caso julgado quanto à reconvenção, absolvendo-se o A., em consequência, da instância reconvencional e condensou-se, sem reclamação, a matéria de facto, Do despacho que absolveu o A. da instância reconvencional, foi pelo R. interposto recurso, admitido como de agravo e subida diferida, não tendo, todavia, o agravante apresentado atempadamente a respectiva alegação (art. 743º, 1 do CPC).

Procedeu-se a julgamento, posto o que foi proferida sentença, em que, julgando-se a acção procedente, se condenou o R.

a despejar imediatamente a terra arrendada, deixando-a livre de pessoas, bens e animais e a pagar ao A. as rendas vencidas, no montante de €199,52, os juros vencidos e ainda as rendas que se vencerem até ao trânsito em julgado da sentença, acrescidas de juros vincendos até efectivo e real pagamento.

Inconformado com esta decisão, dela interpôs o R. recurso, em cujas conclusões, devidamente resumidas - art. 690º, 1 do CPC -, para lá do vício formal que lhe aponta, a questiona tão só na sua vertente factual.

O apelado contra-alegou, defendendo a manutenção do julgado.

Cumpre decidir, tendo em conta que foram os seguintes os factos dados como provados na...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT